quarta-feira

No meio de tanta água, eu fui minha própria ilha

Para quem pensava que só São Paulo alagava, estamos aí. Jacarezinho mostrando que não sabe nadar (foi um trocadilho ruim demais, eu sei).
Acho que a água levou minha criatividade também.

sábado

Intensidade.

Querido,
E aquele agora ou nunca ficou pra trás.
É bom arrancar as páginas do calendário. Janeiro, fevereiro, março, o tempo passa e demorou, mas agosto chegou. Estamos em dezembro, Natal foi ontem, e daqui quatro dias... acabou. Tantos desencontros em nossas vidas este ano, não é? Não procuramos simetria alguma. As coisas não deram muito certo, mas as roseiras cresceram, a nossa casa é tão amarela, de esperança, se lembra? Não sei se posso te perguntar sobre as lembranças. Você tem esquecido de tudo e é tão frequente. Mas se paro e penso, vejo que você não se esqueceu, as coisas simplesmente não aconteceram e eu fantasiei. Não existe casa amarela, não existem roseiras. Eu li tudo isso numa história um dia. Eu continuo a contar nossa história, meu caro, para quem quiser ouvir. Ontem, eu estava sentada num banco da praça esperando alguma hora chegar, de longe vi uma menina apressada, como se olhasse no relógio as horas e seguia um coelho. Seu país das maravilhas me enguliu. Tudo era tão mágico, e ainda Natal. Tudo era tão belo. Eu tive que voltar. Entrei para casa, tomei um chá, o telefone toca, mas não é você. O telefone toca, mas não é para mim. O telefone toca e eu não atendo. Barulho de telefone me causa desconforto, mas rapidamente parou de tocar. Quem quer que havia ligado, desistiu rápido demais. Eu disse que não era você, mas não tenho certeza. Talvez eu nem estava lá. Tudo isso está ficando confuso demais para você? Desculpa, eu sou sempre assim, quero descrever tudo e depois não tenho certeza se era verdade ou mentira. Eu crio muito, invento muito. Sentei na cama e comecei a desenhar. Desenhei uma árvore, a única coisa que veio em minha cabeça. Só consegui desenhar uma árvore, todo o resto parecia inexistente, impossível de ser desenhado. Então chorei, porque detesto me ver impedida de fazer algo, por isso choro tanto quando penso nas medidas do meu amor por você. Mas acho que nem chorar choro mais. O ano está acabando. As pessoas chamam de ano novo o próximo que virá. Eu prefiro acreditar que, no ano que se aproxima, eu esteja renovada e então, enfim, livre de você e de todas as correntes imaginárias que nos unem. Acho que gostar assim de você se deve justamente a impossibilidade, ao impedimento deste sentimento. Mas as coisas estão mudando. Minhas palavras estão ficando pobres, temo que esta seja nossa última carta. Ú-l-t-i-m-a, talvez por isso deveria ser rica de palavras e deveria te arrancar lágrimas assim que você terminar de ler. Entretanto, não consigo nada melhor que isso. Como quando desenhei a árvore. Não consigo ultrapassar esse ponto. Me desculpa, mas assim que o ano acabar, eu terei de partir. Talvez para o reino das maravilhas com a menina apressada e seu coelho, talvez para qualquer outro lugar. Mas quando eu voltar, como naquela música, vou te dizer que as opções ainda estão aqui, só que isso demora, isso vai demorar, e te peço para que não me espere. Permita-se, apenas.
Não pule ondas, não coma uvas, nem passe a virada do ano com uma peça íntima vermelha para atrair o amor. Superstições não funcionam não. E o amor só se sente atraído no momento certo.
Feliz próximo ano, feliz pessoa nova que você, se quiser, irá se tornar. Por favor, se quiser esquecer, esqueça, mas eu te amo muito, e ainda daquela forma pura, que nada em troca pede.
Um abraço apertado, com cheiro de alecrim e fogos de artifício no seu céu, meu céu!
Com carinho e lágrimas, da quase nova,
Maria.

PS: termino o ano sem querer voltar atrás em nada. E você? Tem feito as escolhas certas?

quarta-feira

Adeus ano velho.

Enfim... feliz natal, leitores (se é que há), que seja abençoado, iluminado e farto. E 2010? Que venham fogos de artifício, num ano novo diferente do que eu queria. Que 2010 seja tão bom quando 2009 e que eu me acostume com a distância. Que vocês, possíveis leitores, se adaptem e que o melhor da vida caminhe ao lado de vocês. E que quando eu te encontrar, depois de tanto tempo, nossos olhos ainda brilhem e os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você. E vai dar tudo certo, e 2010 vai chegar gritando coisas boas aos ventos. Só nos resta esperar.

domingo

Retrospectiva 2009

2009 acabou. O que concluir? O que aprendi? O quanto errei?
Este ano foi, sem dúvida, muito produtivo e atípico. Tanta coisa aconteceu, e foi tão diferente. Começou o ano, colégio novo, amigos novos, amores novos, vontades novas. Tudo novo, o ano já começou com uma nova Maria, mais disposta a vencer, mais disposta a não deixar ninguém passar por cima dela. Era assim que havia de ser, armada até os dentes com as armas de Jorge, como diria Caio. Firme, decidida, posicionada, nova. E os dias foram seguindo, e os amores massacrando, consumindo. Telefonemas mais longos, estudos mais longos. Choros entalados na garganta. Avalanches de choros durante a noite, sozinha. Sempre tentando ser forte em frente aos outros. Engulindo sapo, e como enguliu sapo. E os amores, de novo, massacrando e consumindo. Por que, raios, ter tantos amores intensos assim, Maria? Ok, o tempo continuou passando. Mais amigos se apresentando, mais gente se distanciando. E você rezando para conseguir atravessar agosto, conseguiu. Fez a prova que tanto precisava. Desacreditou. Resultado da primeira fase: Aprovada. Segunda fase chegando. Nenhum nervo. Uma maquete do Canyon para fazer. Depois um seminário, depois um folder. "Aula dada, aula estudada hoje!". Ah, eram tantas coisas e você pensando que não daria conta de nada. Deu. O tempo passando. Segunda fase chegou, fez, desacreditou. Pediu para novembro chegar de mansinho. Chegou. Resultado da segunda fase: Aprovada. Mudar o rumo da vida, acabar as preocupações e curtir. Curtir, o verbo da vez. Abraçou o mundo, enlaçou a paixão e beijou as nuvens do céu. Pós-festa: ressaca. Quantas ressacas aguentam um ano? Aniversário de 15 anos para cá, para lá. Acabou. Festinhas aqui, ali. Acabou. Parque de diversões. Medo. Tombo de cara no chão. Dor. Suicídio de um cara que se esqueceu do cheiro das flores. Susto, tristeza. Provas. Obstáculos. Queimada na educação física, física, dicionários de inglês. Textos. Textos. Sonhos. Choros. Amores secretos. Chuvas finas com direito ao banho de lavar a alma. Tempestades. Sol. Dar importância ao sol. Também dar importância aos dias nublados. Tentativas. Impor respeito. Sorrir. Van do tio Baccon. Lugar guardado na van. Peças de teatro. Ah, mais uma dose de 2009, por favor!

sábado

O tempo rodou num instante

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá …
Chico.

Bom dia (?)

Olha, ter apenas quatro horas de sono não é uma coisa que me agrada muito.

sexta-feira

Oito. Oitenta.

Ou danço muito ou fico parada;
Ou canto alto ou fico muda;
Ou amo muito ou prefiro não amar;
Ou detesto muito (porque ódio é um tipo de sentimento que não combina comigo) ou sou indiferente;
Ou como a caixa inteira de bombons ou não como nenhum;
Ou tomo toda a água da garrafa ou morro de sede;
Ou tenho muitos amigos ou não tenho nenhum;
Ou tenho crises infinitas de choro ou prefiro engulir as lágrimas;
Ou surto de vez sorrindo num banho de chuva ou engulo o riso e bebo a chuva;
Ou existe ou não existe;
Ou vive ou não vive;
Ou sente ou não sente;
Ou oito ou oitenta.
Raspas e restos não me interessam.

quinta-feira

Avidez

Olá,
Sabe, eu não ligo. Não ligo de bater nessa porta que não abre nunca, não ligo de correr e bater com a cabeça na parede, de dar murro em ponta de faca, de bater tanto nessa tecla que não funciona. Eu não ligo para mais nada. E não me entristeço mais, eu não te julgo mais. Acho que é porque eu me adaptei a esses nossos encontros casuais, onde ninguém se lembra de nada do dia seguinte. Eu me lembro. E olha que se tem uma coisa com a qual eu me importo são as minhas lembranças. Talvez porque sejam as únicas coisas que, de fato, me pertencem. Você vai continuar longe assim, ainda que perto? Pois é, daqui alguns dias serei eu, longe. Um dia li algo assim: Longe dos olhos, longe do coração. É isso mesmo?
Acontece que, como nas outras cartas, eu reafirmo que a culpa de toda essa bagunça em mim não é tua. É minha, só minha. Ou do destino... mas eu lá acredito em destino? Não. Eu não acredito em destino, nem em força do acaso, nem em você e muito menos em nós. Nós atados.
Não sei por que disse "como nas outras cartas" se você ao menos sabe da existência delas. Eu não tive coragem o suficiente para te entregar, e são tão lindas, tão puras. Mas são minhas lembranças e, como já disse, exijo cuidado com elas.
Bastava que tivesse cuidado comigo. Sabe aquela noite em que o céu parecia com mais estrelas do que o costume e eu parecia menos lúcida que o normal? Eu estava mais lúcida do que você pensa, me lembro de tudo, de cada frase que disse, e como falei naquele dia, não é? Eu queria sortear uma estrela no céu e te trazer de presente, naquele dia você merecia. E tudo o que eu te disse, ainda que tão apressada, era real, ainda é, mas com o tempo, muita verdade se torna mentira. Eu te gostei tanto, e de uma forma tão pura. Eu simplesmente não queria nada em troca, eu não queria que você gostasse também de mim. Amor não se retribui por gentileza e eu aguardava que, um dia, as coisas mudassem, para mim ou para você. Mas nada se alterou. E você me abraça e de novo é como se me pedisse para esperar só um pouco, que o seu tempo estava aí e você iria se cansar de toda essa vida sem rotinas, que você ia mudar. Eu não queria mudar você, eu não quero.
Eu não sei qual a força que ainda nos une e o que me mantém tão, tão ligada em você. Sempre que eu pareço ir em frente, te olho e insisto em dar dois passos para trás. Eu devo gostar disso. Devo gostar de chegar em casa sabendo que não vou te ver amanhã, e que não vou te ver por tantos outros dias, e que seu lugar ainda está guardado e você simplesmente se esqueceu dos convites do teatro. Que peça era mesmo? Você disse que estava com fome e iria embora, mas antes me levaria. Você me levou embora, me deixou em casa, me deixou para sempre a tua espera, a espera de uma ligação qualquer, um lamento qualquer, uma notícia qualquer. Ainda somos estranhos. Eu ainda me sento no teatro e você ainda não chegou, você não vem. Olho no relógio, mais de oito, meia hora de atraso, me levanto. Não, não me levanto, pois ainda me vejo muito nítida te esperando. Eu continuo a te esperar, a tentar abrir essa porta sem trinco, esse coração sem porta. Mas é por pouco tempo, anota para não dizer depois que não te avisei.
Da quase liberta,
Maria.

Tribunal de causas realmente pequenas.

Sei que tudo vai ficar bem, só não sei se vou ficar também. Eu faço tanta coisa pro mundo melhorar, eu faço de um tudo que posso pra ajudar. Eu distribuo amor, eu curo solidão, mas peço por favor: Alguém me dê a mão.

Pato Fu - Tudo vai ficar bem.

Tudo vai ficar bem?

terça-feira

Balanceando todo o caminhar

Estou sentada aqui, como uma criança, balançando os pés de felicidade. Ouvindo uma música sobre sorrisos, vejo o quão explícitos estão os motivos para nos fazer sorrir. Uma chuva, como hoje, por exemplo. Estava antes sentada nesse mesmo lugar, ouvindo músicas tristes e me obrigando a também ficar. Vi uns pingos de chuva e decidi recolher as toalhas que estavam no varal. Me veio a ideia de que a cidade fica mais bonita em dias assim, chuvosos, mesmo que às vezes eles não me agradem muito, pelo tédio que causavam - sim, causavam. Dar-me ao luxo de tomar um banho de chuva, organizar as ideias e pular no meio de toda essa bagunça. Estou rindo sozinha aqui, dá para imaginar? Eu devo parar de dar um espaço tão amplo às tristezas e abrir alas ao melhor da vida, que é ser feliz, ainda que num dia tão escuro e chuvoso. Me olhei no espelho, brilho. A gente fica mais iluminado quando está feliz...
"Vi uma menina sorrindo
Brilhando balanceando todo o caminhar
Foi colorindo rindo lindo"

domingo

Números

13 de dezembro, 18:23, 3ª postagem, 1001 pensamentos, 1 súplica, 1 amor, 2 flores, 1 copo de água, 1 suspiro, não, não, 2 suspiros, 1 tonelada de saudade, 1 vontade, 1 música, 5 doces, 2 pedidos, 1 soma.

e domingo, o 2º.

Retrato pensado


Flores,
Estou assim, triste. Partir é tão, tão dificil e choroso. Só pensar e os olhos de lágrimas enchem e elas são impiedosas, caem, ferem. Como é sentir saudades sem ao menos ainda ter ido? Penso em vocês assim, como a minha possibilidade de salvação durante todo o ano de 2009, e nos outros, e em outras vidas, em todas as vidas vividas e ainda não. Abraços de se transbordar e me transbordo ao ver que dentro dos meus abraços as ausências hão de ser milhares. Tristeza e, como sempre, acompanhada de choro. A gente tem que ir em frente, não é?! E ai de vocês se ameaçarem parar. Vocês são luzes, estrelas, o essencial é brilhar, sem limites! Não consigo, dia após dia, não falar disso. Não falar dessa partida, desse "ir", desse "seguir". Sabe o mais me conforta? Saber que as deixo aqui em boas mãos e saber que sigo por um bom motivo e que volto, assim que necessário, e que as levo, sempre. Laços de amizade mais laçados que essas pulseiras, resistindo ao tempo, ao destino, aos caminhos.
"O tempo nos mostra os laços de amizade resistindo aos momentos por tê-lo tecido de sentimentos. O tempo é a fonte do amor. Infinito registro bem maior que o finito intermédio ao alcance nosso."
Com amor, lágrimas, e toneladas de uma saudade antecipada,
Maria, a de sempre.

Deveras.

Meu,
Vê só, já é quase noite e o tempo passou tão rápido. Estou colocando todas as roupas na mala azul, aquela mala azul, sabe? Será que foi culpa nossa o tempo passar rápido assim? Amanhã eu estou indo, em direção ao temporal. Não, amanhã não. Na verdade, é um outro dia. Amanhã, que também não amanhã, colocarei meu vestido colorido para seguir em direção ao neutro de uma festa de formandos. Não vais me acompanhar, eu entendo. É tanta coisa na mala, não muita roupa, nem muita cor. Sabe o que é? É muita saudade, coloquei tudo dentro da mala e só vou abrir quando lá chegar. Ah, pede pro tempo parar de correr, por favor, por favor... me cansa tanto falar do tempo, ainda mais num domingo tão quente assim, tão preguiçoso assim. Conheces minha antipatia com os domingos. Lancei os dados, deu três, ande três casas, "você atropelou a sua vida, fique uma rodada sem jogar" uma, duas, fico todas as rodadas e sou punida no jogo da vida. Pronto, entreguei a ti os pontos e de novo, de novo, vencestes. Convida-me para mais uma partida, estou cansada. Meu jogo continua parado e a frase martela ferozmente em minha cabeça "você atropelou a sua vida, atropelou, atropelou...", mas com que carro? Diz, diz! Não tenho carro, mas atropelei mesmo assim, tropecei nos meus passos e devo ter caído no caminho, perdido-me no caminho. É isto que quer dizer atropelar? Quando a gente erra, erra mesmo sem ter um carro para atropelar, a gente toma rodas e trata de fazer o trabalho sozinho. O ser humano ama o erro, diz que não, mas ama, se não amasse, não acordaria e erraria qual pé colocar primeiro para fora da cama, eu coloco sempre o direito, para evitar qualquer distração. Mas evito ainda de lançar os dados, amor. Atropelar, é o verbo do dia. Não atropeles, não! Cuida-te amor, meu mais doce abraço. Um cheiro,
Tua.

sábado

Nem vem que não tem.

'Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa (...)Nem vem de escada que o incêndio é no porão.'
Simonal

quinta-feira

Vento de estrelas

Querido,
Decidi não correr, não me mover e assim não cansar, e assim não chorar, e assim não me ferir. Estou sentada na primeira fila, assistindo todos os teatros que a vida me permite, para após aplaudir e novamente me sentar... um novo teatro há de começar. Onde eu quero chegar com essa história de teatros? Em lugar nenhum, eu só não quero, por hoje, escrever sobre o amor. Hoje eu decido falar que sigo o caminho que a vida me mostrar, eu só quero seguir. Hoje quero dizer que aprendi e adoro estar sozinha, e que solidão não é, de forma alguma, estar sozinha. Desprezo a solidão, mas decidi que posso voar sozinha e que grandes são minhas asas, não preciso que ninguém me mostre a rota de vôo. Eu estou feliz assim, aqui. Olhei lá para fora agora, o céu tão azul e nuvens tão baunilhas, como uma fotografia. Não há sentido, mas é tão imenso sem que alguém precise dizer que ele é azul por tal motivo, ou baunilha por outro motivo. Motivos são tão pequenos, e tudo é tão imenso. Imensidão. A gente olha, pare e pensa que o mundo é só aquele que a gente vê, de manhã, quando acorda, pela janela. Eu não sei o tamanho da circunferência terrestre, mas ela é do tamanho dos meus sonhos, ou maior, para poder dar espaço a todos eles. Tão grande que eu poderia hoje, num surto, atravessá-la correndo, do norte ao norte, e correndo encontrar todas as pessoas perdidas por aí, espalhadas por aí. E depois contar histórias, como Forrest Gump. O vento muda tudo, não é? Ventou, mudei. Mais uma carta endereçada a você... já deve estar se cansando não é? Mas eu preciso me aliviar de todos esses problemas, essa falta de tempo que quase me faz ter vontade de comprar mais um relógio e pedir mais tempo ao tempo para ter tempo de pensar, e para me aliviar preciso inventar e te escrever... ou será que te invento também? Não sei, sempre parte invenção, parte real, parte nada. Anota tudo isso, daqui a pouco venta e tudo torna a mudar. Não acredite mais em bolas de cristal, cartomantes, trace os pontos cartesianos de norte a sul e atravesse o mundo assim como eu. Esse mundo é tão azul e tão vasto... dá paz, não é?! É tão bom passar um dia sem falar de amor, de dor... é bom falar assim, só de paz. Em suma, é isto. Os dias são bons, faz muito calor por aqui e a meteorologia disse que o tempo dá tempo de sol para que possamos repousar sobre os verdes campos, aproveite! Meu mais doce abraço.
Da sempre sua,
Maria.

terça-feira

Olha.

"Vai, alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder"
Todo dia é quase despedida, todo dia é quase um motivo para chorar, todo amigo é quase uma vontade de ficar. E quem disse que é fácil partir? Quem disse que é fácil mudar os rumos da própria vida?

Segura a mão, a ausência, segura uma confissão.

Eu gosto de ver que mais um ano está chegando ao fim, mas esse ano... esse ano deveria prolongar por mais décadas e não seria ruim. É estranho saber que no ano que vem não escutarei a buzina do Tio Baccon às 6:40 em casa, entrar na van e ver aquela sorrisão da Deborah, logo depois o sorrisão da Rhaíssa. Mas eu não quero falar de horários, quero falar de 7 pessoas. Sim, sete, como meu número da sorte, como as maravilhas do mundo, como os pecados capitais, como os dias da semana, mas são sete flores, ou melhor, sete anjos me impedindo de cair. Queria falar também de todo esse sentimento em ebulição agora, esse sentimento tão grande de amor, e mais do que amor, esse sentimento de medo, medo de perder. Éramos oito juntas, assim, da metade do ano pra cá. Serão sete? Não, continuaremos oito. Ir não é abandonar. Sigo, mas sigo faltando o pedaço que deixo com vocês e me completando do pedaço que levo de todo o bem que me fizeram (e continuarão por fazer!) . Nós estamos tão juntas, em todo o lugar, sejam em "bem bolados", trabalhos, festas, qualquer coisa. É impossível pensar em uma sem pensar no conjunto todo. Somos parte, tijolinhos de um edifício. Penso agora em todas as histórias e dou muita risada, mas logo após as risadas vem essa vontade de chorar. Se o ano de 2009 me rendeu algo de bom? Sim, minhas 7 melhores, que não esqueço nem se esquecer!
Se estava escrito no destino eu não sei, mas que agora está, tenho certeza!
Amo tanto, tanto, tanto, e qualquer texto, por maior e mais cheio de frases de efeito, seria incapaz de descrever quão grande é este amor!
Com todo o carinho e o aperto da saudade para Ana Carolina, Amanda Andrade, Bárbara Potzik, Carolina Martoni, Deborah, Luana e Rhaíssa.

sábado

O tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações

05:39 a.m.
Querido,
Hoje minha cabeça não conseguiu acompanhar a rapidez dos rumos da conversa, desculpe. Eu sempre tento entender o que é que acontece conosco. Desculpe, saí da festa com uma vontade louca de te dizer um bocado de coisas e, como fazíamos antes, resolvi escrever, é a nossa melhor forma, não é? Eu vou indo, seguindo.. ano que vem não estarei mais aqui e chega a ser triste de pensar, mas eu não quero falar disso. Eu quero mesmo dizer do quanto você deve parar de ler as entrelinhas. Sabe, tem um abismo, mas o oceano ainda existe e eu ainda navego neste barco furado... não, não sinta pena, eu quis assim, não é?! Por que, por Deus, nossos barcos resolveram se perder assim? Eu acredito no tempo e só. Parei de acreditar em mim, em você, em nós. Só acredito no tempo e na capacidade que ele tem de mudar todas as coisas num sopro de vento. Eu não queria que você me esperasse, eu não queria parar teu tempo enquanto eu fingia seguir, muito pelo contrário, eu queria que o seu tempo seguisse e que no nosso tempo a gente voltasse a se encontrar. Eu te dou um beijo na testa porque quero quebrar todo esse clima ruim que as poucos se tornou, e te abraço para calar as palavras erradas, para me calar, para te tirar a voz. E o destino, quem pode com ele? E daqui três anos, quando eu voltar, ainda vamos nos conhecer? Eu acho que sim, sempre que sim, só acho que as coisas aconteceram em horário nobre e a gente perdeu os fios da meada. Tudo isso está se tornando confuso demais, de novo. Eu simplesmente não aguento mais essa confusão. Queremos ser 'épicos heróis românticos' mas somos como os outros, somos absolutamente c-o-m-u-n-s, mas algo nos torna um pouco diferentes dos outros... você pode me dizer o que é? Eu acho que é essa nossa maneira de ver o mundo, ou esse ímã que atrai sempre os velhos pinguins... estamos sempre voltando, sempre regressando, e você ainda me pede para não falar de passado. Tudo o que somos hoje é o passado. Aprendemos demais com nossos erros. Você é a minha saudade do passado. É um pecado ainda não sermos os mesmos. Eu não entendo onde quero chegar, mas é estranho ver tanto amor escapando por entre os dedos. Não sei o que fazer, nem por que caminho seguir. Talvez o da direita, o da esquerda? Melhor ficar parada? O que a gente tem a fazer? Acho que seria melhor conversar, o que acha? Durante essa semana, para mim, está ótimo.
Da confusa,
Maria.

"o tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações"
PS: Não sei se você deve tirar alguma conclusão desse texto. Não sei de mais nada.

segunda-feira

Estranho mundo feliz.


Com a cara e com a coragem, ao infinito e além!

"Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde."

sábado

A flor.


Há dois anos atrás, corri tão ansiosa ao hospital e vi, atrás do vidro, aquele pacotinho rosado, tão rosado que desde então minha vida não teve outra cor. Rosa, tudo rosa. E mesmo que eu não queira, e mesmo que eu esteja consumida por todo o nervosismo diário, abro o portão da casa da vovó e vejo, vindo correndo em minha direção, um sorriso com alguns dentes ainda por nascer. Não poderia ser melhor, não haveria como ser mais feliz. E com os braços abertos me recebe, e torna o meu dia todo melhor, menos denso. Hoje, em minhas decisões, o que pesa é o medo de que você cresça sem mim. Soaria natural para você, ainda tão pequena, mas eu não sei se seria a mesma afastada do meu motivo para sorrir. Há dois anos atrás, a vida da nossa família se encheu de luz, uma luzinha tão brilhante que é incapaz de apagar. Mesmo quando você grita, ou chora, ou grita e chora e nos obriga a fazer suas vontades, mesmo assim, você é só luz. Eu vejo os olhos do vovô brilhar a cada palavra nova que você aprende, e vejo que comigo também não é diferente. Ah, anjinho, ainda que você seja nova demais para ler este texto, quero deixar claro que você tem feito de cada um de nós melhor. Feliz aniversário, preciosa. Te amo tanto que chega a doer.

Respiração.

"Quem sabe uma vez na vida eu possa ter um dia comum. Um dia de sol, onde eu seja apenas mais um. Perdido em pensamentos, sem pressa, mas, em tempo de fechar a porta...deixar meus problemas, do lado de fora.Quem sabe uma vez na vida..."
Urso me mandou isso um dia, e assim estou agora. Querendo arrumar tudo, trancar os problemas do lado de fora, tirar férias até mesmo de mim. É uma fase de cansaço, mas passa, passa... deixa passar.

segunda-feira

Ruídos.

Eu não acho mais graça nenhuma nesse ruído constante
que fazem as falas das pessoas falando, cochichando e reclamando,
que eles querem mesmo é reclamar,
como uma risada na minha orelha, ou como uma abelha, ou qualquer outra coisa pentelha,
sobre as vidas alheias, ou como elas são feias,
ou como estão cheias de tanto esconderem segredos
que todo mundo já sabe, ou se não sabe desconfia.
Eu não vou mais ficar ouvindo distraido eles falarem deles e do que eles fariam se fosse com eles
e o que eles não fazem de jeito nenhum, como se interessasse a qualquer um.
(...)
Se eles querem falar de mim, de nós, de nós dois,
falem longe da minha janela, por favor.
E estamos conversados - Arnaldo Antunes.

sábado

Violeta.

Minha consciência ou eu... um dia a gente aprende a conviver.
"Há mais flores que vendavais, mesmo que eles façam mais estragos."

domingo

Ouça bem pra não dizer que eu não avisei você


"Basta você sorrir pra mim
Pra eu ficar perdida
Em questão de segundos quebrar meses de promessas
Esquecer que existem outras pessoas nesta festa
E cegamente achar que enfim chegou a nossa vez."
Volantes.


Good day, sunshine.


Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade. Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.
Amizade não é dependência, submissão. Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa. Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas. E já se está falando mal dele por falta de notícias. Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva? A proximidade física nem sempre é afetiva. Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios. São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem-estar.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados. Ou passar em casa todo o final de semana e me convidar para ser padrinho de casamento, dos filhos, dos netos, dos bisnetos. Caso encontrá-los, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação. Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação. Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos? Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.
Fabrício Carpinejar.



sábado

Florescer

Eu deveria começar a escrever, mas me levantei e fui lá fora olhar a chuva. Hoje é tudo tão paz, tudo mais paz. Nessas semanas corridas, nesses dias corridos, nessas horas corridas, o tempo consome tanto e ninguém mais tem tempo para ninguém. É bom saber que você tem tempo para mim, eu tenho muito tempo para você, para te ouvir entre uma xícara de café e outra, entre um desabafo e outro, entre uma carta e outra, entre um abraço e outro. Eu tenho recebido doses nada homeopáticas de açúcar, dia após dia, doce, doce, doce, que seja doce e é, você faz isso, lança colheradas de açúcar em meu café amargo, me cura da amargura. Está chovendo mais forte agora, mas ainda tem uma paz tão boa aqui dentro. Dentro das nossas diferenças eu encontro cada vez mais semelhança, é tudo cada vez mais próximo, tudo tão parecido. Exagerado, cheio, inflado de intensidade, mas nem por isso ruim, é só o mundo que julga ruim o exagero, mas nós pulamos para o outro lado do muro do mundo há tempos. A distância já existiu mas eu não vou te perguntar porque voltou, talvez nem você mesmo saiba, mas foi bom que tenha voltado, embora eu acredite que não se possa voltar de onde não se saiu, você continuou, com todo o tempo que passou. Um sorriso verde, um nariz de palhaço e uma porta de entrada para o céu. Um pedido para que continues escrevendo grandes páginas na minha pequena história, para sempre, e peço baixinho, mas você escuta ou entende ou não sei, é algo como comunicação t-e-l-e-p-á-t-i-c-a, não se diz mas se entende, você pode me entender agora? Claro, sempre. Claridade, luz. Eu olho bem firme para a luz e fecho os olhos, incrível como sinto ainda uma luz tão forte por dentro, invadindo tudo, derrubando tudo. Mas viver é constantemente construir, não derrubar. Primavera, com flores de outono, cores, amores, cartas de amores, litros de amores, doses de amores, embriagar-se de amores. Queria te agradecer por iluminar minha vida e por, num deserto de almas desertas me escolher e me AMADRINHAR, madrinha também quer dizer protetora, acabo de encontrar isso no dicionário. Obrigada por me proteger com teu par de asas azuis, que não são de papelão. E ainda dizem que natural é as pessoas se encontrarem e se perderem... algumas pessoas se encontram e nunca se perdem, esse é o nosso caso.

terça-feira

"Todo grande escritor está sempre escrevendo o mesmo livro."

"Olho pela sacada da minha casa e vejo você chegando. Corro para o enorme espelho do meu quarto e repito em mantra: eu não gosto dele, eu não gosto dele, eu não gosto dele.
Tenho 15 anos e consegui estragar todos os meus relacionamentos simplesmente porque gostei demais das pessoas. Dessa vez quero acertar, por isso, combinei comigo que apesar de estar morrendo por você, não gosto de você.
Espero você tocar a campainha olhando o escuro pelo olho mágico. Meu coração dispara mas eu mando ele parar. Estraguei todos os meus relacionamentos de tanto que meu coração dispara. Dessa vez quero acertar, dessa vez quero que alguém fique comigo ao menos um mês sem me achar louca. Cansei de sempre ser a garota louca que espanta todo mundo.
Você tem cheiro de roupa limpinha com mente suja e eu quero te rasgar inteiro. Mas apenas te dou um beijinho no rosto. Preciso me comportar. Ser como as minhas amigas que se dão bem e arrumam namorados apaixonados. Há anos que eu rasgo os rapazes, enlouqueço, me apaixono, devoro. E termino sozinha no Espaço Unibanco querendo morrer enquanto olho sem fome para o pacotinho com dez mini pães de queijo. E os caras morrendo de medo de mim.
Chega. Dessa vez vou acertar. Não vou chorar na sua frente porque acho um absurdo estar viva, (...)Não vou gostar de você como naquela canção do Legião que diz que é como se não houvesse amanhã. Eu gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas. E ninguém entende nada. E todo mundo se assusta. Mas prometo ser uma mulher normal dessa vez.
Você não sabe porque epu não te atendi o dia todo. Eu te conto que é porque estava muito ocupada. Minhas amigas sempre usam essa desculpa e sempre namoram. Eu era a louca que nem esperava os caras ligar e já ligava pra eles. Mas dessa vez to ignorando o telefone. Mesmo que ele fique no meio das minhas pernas o dia todo esperando um telefonema seu. Mas você jamais vai saber disso.
E jamais vai saber mesmo, sabe por que? Porque você é o primeiro homem do mundo que não sabe que eu tenho esse site. Chega. Todos os homens morrem de medo desse site e eu não agüento mais essa porra dessa solidão que me dá toda vez que procuro um pouco de amor nos beijos e abraços curtos que alguém me dá. Chega. Você não vai saber nem a pau que eu tenho esse site e muito menos que eu gosto de você e escrevo sobre você.
Aí você fala que vai cortar o cabelo e eu quero implorar pra você não cortar. Porque esses seus cachos acabam comigo. O cheiro do seu cabelo. A maneira descabelada que você usa pra parecer arrumado. E eu amo a sua cara de argentino e que você odeia os argentinos. E eu amo como a sua calça nova cai bem em você e como você fica elegante de chinelo. E eu quero te pedir pra deixar tudo como está e não cortar meus cachos prediletos de todos os cachos. Você me salvou. Eu não agüentava mais pensar nos mesmos caras que eram sempre os mesmos caras. Você é novinho em folha e eu sou louca por você. Mas tudo isso eu não te conto pra você não achar que eu sou louca. Chega. Dessa vez vou fazer tudo certo.
(...) E de querer eternizar o seu cabelo e o seu nariz feio. E de achar que o seu cheiro é o cheiro de uma nova vida que eu estava precisando tanto. E de eu te adorar principalmente porque eu já nem sabia mais como era adorar alguém novinho em folha. Porque dessa vez vou fazer tudo direito. Chega.
E você nem sonha que eu sou bipolar, quero ser mãe e acredito no amor da vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea. Você nem sonha com essas coisas porque só conversamos coisas leves e engraçadas. Chega de ser a louquinha intensa. Eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você.
Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não agüento mais ninguém indo embora. Porque nessa vida maluca só se dá bem quem ignora completamente a brevidade da vida e brinca de não estar nem aí para o amor. E eu preciso me dar bem e por isso ignoro minha urgência pelo amor. Porque se você sentir urgência em mim, vai é correr urgente daqui. Chega.
(...)Você é cínico sem ser maldoso. E graças a Deus você não é publicitário. E é amigo dos meus amigos. E ta cagando para as meninas bonitas do seu Orkut porque você pira em mim. E eu quero te contar que escrevo sobre você e que morro pelo seu cabelo. Mas não, não. Estou morrendo de vontade de ser eu mas ser eu só tem me feito perder e perder. E eu quero ganhar. Só dessa vez. Chega.
Quero viver uma história. Por isso dessa vez não gostar de você. Tchau. Peço pra você ir embora. E você jura que eu não estou nem aí pra você. Melhor assim. Dessa vez quero fazer tudo certo. Chega de fazer tudo errado.
E eu te espio da janela, indo embora. E quero berrar o quanto gosto de você. E te pedir em namoro. E te mandar flores amanhã. E mais uma vez agir como um homem. Mas eu cansei de ser homem. Eu sou menina. E meninas só amam depois do sexto encontro. Ou depois que o cara fala que gosta delas. Dessa vez vai ser assim. Chega.
E se você não se apaixonar por mim mesmo com todo esse teatro de moça banal que eu estou fazendo, vai ser a prova que eu precisava pra saber que você realmente vale a pena."


O teatro da moça banal (modificado) - Tati Bernardi

sábado

Muitas flores, nenhum espinho

Muitas vezes sou contra o pedido de desculpas, ainda não sei o por que, mas sou. Ao mesmo tempo, acho nobre, acho digno, mas vale? Depende. Ou não depende. Estou muito confusa, mesmo. O dia? Ótimo, o céu pintado de um azul tão claro, mas os meus pensamentos... não, também me poupo de pensar. Minha paciência e minha vontade de não desatar os nós me salvou mais uma vez, nos salvou, caso contrário cairíamos num abismo com poucas possibilidades de regresso. E fico contente, contente comigo, e mudo de assunto. "Aí chega a hora que distribuo um segredo: o tudo que me faltava, talvez, seja você." Acho, na verdade, quase não acho, substituo o achar por uma quase certeza de que você, sim, você e a sua impossibilidade é o que me faltava. Sim, fui burra, procurei nos lugares errados, virei-me nas horas erradas, errei e sabia que errava. Não me dei conta de que ao meu lado, tão perto, existia alguém que queria o meu bem. Eu não me permiti, permiti errar, não me dei conta e fui deixando passar. Ora, a culpa também não é toda minha. Você me despistou, com seu jeito rude e com o seu olhar de reprovação. Se for verdade tudo o que você me disse ontem, fico feliz. Aprendi a desvendar os teus sinais. Você posicionou o meu olhar para a direção que eu me recusava a ver que existia. 'Tô seguindo, eu vejo o sol, eu vejo, 'tá tudo muito próximo...

PS: Este é um PS importante. Você vai ler e vai achar que eu estou chateada, porque comecei falando sobre o pedido de desculpas, não é? Mas olha, esqueça, assim como eu me esqueci. Acho que o choro, naquela hora, foi provocado mais pelo susto do que por qualquer outra coisa. Ninguém é de ninguém, nós sabemos. E, se para você é necessário ouvir, te digo: te desculpo, mesmo sendo desnecessário, as coisas não vão mudar, eu já te disse, escuta!

segunda-feira

Me destaco de um albúm de fotografia antigo...

... pra lembrar de mim
"Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo." CaioF.

Força do acaso, azar ou sorte

Não, não é nada grave. É só o coração que ainda insiste. E não cansa, mas eu não, eu estou parando devagar, freando, parando os motores, abandonando o barco, como já deveria ter feito e não fiz, como sempre digo e não faço. Mas desta vez não, está na hora de me poupar. E então surgem as questões. Deveria te falar sobre as cartas que você não leu? Deveria organizar as culpas e distribuir aos presentes? Deveria te abraçar e dizer: é o último? Deveria sair pela tangente, sem dizer, sem te olhar? Talvez sim, é a opção mais aceitável. Sair pela tangente nunca foi, para mim, o melhor e a se fazer, mas agora... agora eu estou sem saída. E saída por saída, opto pela que evita lágrimas e maiores frustrações. Deixa, deixa... mas chega disso.
Ando rezando para todas as divindades, rezando baixinho mas sinto que, de alguma forma, sou ouvida. O tempo está chegando, nada basta e disseram um dia que navegar é preciso, eu acredito. Acredito em tudo, seja qual for a pessoa, se é singular ou plural. Acredito em mim.
O tempo está limpando, é assim que dizem quando a chuva dá trégua não é? Está abrindo um sol lindo em minha vida, vejo raios de sol por trás de nuvens tão escuras, não vai mais chover, não vai mais chover.

Coisas-assim-me-lembram-você

'...Ela parecia de repente muito segura. Ela apertou um botão e, de um gravador, começou a sair a voz de Nara Leão cantando These Foolishing Things: coisas-assim-me-lembram-você. Ela veio meio balançando ao som do violão e convidou-o para dançar, um pouco mais. Ele aceitou, só um pouquinho. Ele fechou os olhos, ela fechou os olhos. Ficaram rodando, olhos fechados. Muito tempo, rodando ali sem parar. Ele disse:
― Eu não vou me esquecer de você.
Ela disse:
― Nem eu.'

Mesmo com um pé de insegurança, continuo feliz feliz feliz..

domingo

Cinema mudo

No fundo, no fundo, estou sendo até um pouco você, e aprendendo, aprendendo, aprendendo, alguns diriam algo como "aprender da pior forma possível", mas eu digo que não. Assim haveria mesmo de ser e foi, e está sendo. Só não fica dizendo que me quer feliz...

"Eu tenho que aprender a dizer tudo que eu sinto por você. Eu tenho que aprender num desses seriados da tv"

Eu danço com você o que você dançar

"Em trabalhos práticos de física qualquer aluno pode fazer experimentos para verificar a exatidão de uma hipótese científica. Mas o homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer um sentimento."

quinta-feira

Não deixe de se desculpar por medo de parecer fraco.

terça-feira

Retrato em branco e preto

Estranho sonhar com a família perfeita, do tipo comercial de manteiga, todo mundo com os dentes brancos e perfeitos discutindo sobre qual manteiga é melhor e menos calórica. Fotos perfeitas, natais perfeitos, todo mundo junto e um ajudando o outro. O mais estranho de tudo isso é o fato de que eu detesto esse tipo de perfeição barata, como se a felicidade fosse algo comprado "na vendedora mais próxima", um desses cremes que tiram rugas e imperfeições do tempo. É terrível generalizar e peço desculpas de antemão aos que não pensam como eu, mas eu creio que boa parte - quiçá todas - as relações perfeitas demais são nutridas de aparências, um casamento, por exemplo. Não sei se é por que não vivi ainda relacionamentos assim, tão aparentemente sólidos, mas a visão de fora é assim: um sólido que, se furado, mostra sua parte líquida, frágil. Acho que a parte líquida é o que tem dentro da gente e que a gente se priva de demonstrar por medo, insegurança, ou para conservar aquilo que as outras pessoas enxergam. Superfícies. Enquanto isso eu bebo num gole só meu copo de água, tento limpar as lentes dos meus óculos e vejo fotos de uma família qualquer. Sinto-me assistindo um bocado de gente envolta de um álbum de fotografias rindo de bobeiras antigas, e meio minuto depois brigando porque a televisão está alta e não se pode dormir, porque se chegou tarde de um festa e detesta álbum de fotografias, enquanto o outro grita da cozinha que o macarrão de domingo está pronto. Perfeição deve ser isso... o que os que enxergam só o exterior rejeitam. Ah, nem sei se é assim mesmo que penso, disseram-me que as pessoas formam sua opinião até os 30 anos, e eu estou longe dos 30. Até lá, posso muito bem estar com as outras pessoas envolta de um álbum de fotografias ou acordando duas da tarde reclamando do barulho ou escovando os dentes branquíssimos dos meus filhos e os obrigando a sentar na mesa para comer margarina... vai saber.

domingo

Assinado eu

Levantaria um brinde hoje aos amores impossíveis, aos amores possíveis mas não concretizados, ao caos sentimental, ao não amor, aos foras, aos "bolos", às cartas que não foram entregues, ou às que foram mas não conseguiram resposta ou comoção. Brindaria tudo aquilo que parece ser ruim, mas que, na verdade, é sempre bom, por mais que a gente não perceba.
Eu quis ficar sentada observando o movimento dos teus passos lentos, tudo parecia em câmera lenta. Talvez porque, naquele momento, eu precisava pensar. Não há coisa no mundo que me incomode mais que ver minha vida passando depressa assim, sem mim. A sua vida passou lenta por um minuto, quem sabe dois, mas também de que interessam os minutos? Sei que passou, e eu não poderia enumerar a quantidade de coisas que passaram pela minha cabeça, foram muitas, milhares delas. E como se eu apertasse um botão para passar mais rápido, você correu, correu, sumiu. Eu deixei que isso acontecesse e hoje eu vejo que não foi ruim, não foi por mal. Eu precisava e ainda preciso ser feliz. Não que você impedisse a minha felicidade, mas eu me barrava. Eu projetava toda a alegria em você e nem era tudo isso, nem foi tudo isso. Mas eu decidi me permitir. Não faz sentido insistir no irremediável. Abro mão de você para não precisar abrir mão de mim. Então me levantei e dancei, dancei a música mais acelerada de toda a minha vida e tudo parecia rodar numa velocidade absurda e mudar, mudar, mudou. Como se eu acordasse assustada, abri meus olhos e percebi exatamente o que eu queria ver, a mudança. E não digo uma mudança de fora para dentro, eu continuava a dançar, mas agora mais lento, eu mudava por dentro, uma mudança minha, eu me pertencia. Olhei para os lados e não te vi. Você estava lá, eu sei, em algum lugar, mas não me interessava mais. Continuava no meio da pista de dança e alguém se aproximou, muita proximidade. Me abraçou, me envolveu, me acalmou. A música baixou, a luz baixou, todos sumiram e eu, por um momento, sumi também. Como se aquela menina no meio da pista de dança, agora acompanhada não fosse eu, como se observasse tudo de cima, para que nenhum passo fosse errado. E não foi.


"Cada vez acredito mais naquela máxima freudiana (ou metida a freudiana, nunca sei direito) de que a mulher ama, na verdade, o próprio amor que sente (ou a dor, a falta de amor, e por ai vai)."

sexta-feira

Cem gramas, sem dramas.

"Que o abraço abrace.Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos."
'...que graça tem fazer qualquer coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta. '

Tati Bernardi

Graça nenhuma, mas se deve fazer. 'Tô indo responder algumas questões de História, e canto ainda, baixinho: "necessário, somente o necessário"

Encontros e despedidas

Ontem minhas atenções se voltaram apenas para um fato: a morte. Estranho confessar assim que tenho medo, ou tinha, não sei. Ontem morreu o pai de um professor muito querido meu, e nós, alunos, fomos até o enterro. Não gosto de coisas desse gênero, mas ontem... ontem algo me despertou. Não que eu haveria de ter conhecido o senhor que morreu, mas o dia parecia estranho, do início ao fim. A morte deve carregar pedaço do dia e pedaço da paz. Quem morre não leva só o seu corpo, sua alma e sua matéria, leva também muita coisa de quem ainda está aqui, deixa muita história, e não há o que seque as lágrimas que ficam. Lágrimas parecem brotar, como se os sentimentos decidissem que agora é a vez deles de falar, de gritar, de reagir. Sentimento é reação. Ontem, mesmo sem conhecer, mesmo sem saber das histórias, chorei, e descobri o quão puro é sentir, sem se privar, sem se deter, só sentir. Não tive vergonha de chorar e abraçar um amigo ao lado, não tive vergonha de abraçar meu professor e dizer que ele era forte e que sabia disso. Ser forte... acho bobo desejar que as pessoas sejam fortes, ainda mais nos momentos em que o que menos se quer é seguir, entretanto, não resta mais nada a se desejar. Voltamos para a escola, todos os meus professores muito abatidos, os alunos também. Nenhum comentário "maldoso", essas coisas assim, dignas de adolescentes. O dia estava mesmo no fim, e não passava das 5 da tarde. Já era muito tarde, embora muito cedo. Tudo bem, voltei para casa, e por mais triste que fosse, voltei para casa como se nem tivesse no enterro, e fui caminhar. Tenho caminhado muito nestes dias. Olhando para o chão, encontrei um passarinho pequenininho, tão encolhido e morto. Lembrei-me da tarde. A morte é mesmo uma coisa que, por mais que não admire e seja raríssimo falar ou escrever sobre, uma coisa pura. Não escolhe. Seja lá um homem que, segundo dizem, nunca perdeu uma briga ou um passarinho que, por descuido, caiu do ninho.



"A solidão é cheia de boas intenções"

domingo

Suburbano coração

Precisava conversar... pegaria o telefone e ligaria para qualquer pessoa para contar o que se passa. Mas eu ao menos sei o que se passa, eu não sei para quem ligar. O fardo ficou pesado demais e ontem conclui (concluimos, bem sei) que é impossível pular fora "é o limite, não dá mais para desistir". Na verdade, ontem foi um dia de conclusões que hoje me pesam, fico nervosa e choro. Quase sempre o nervosismo é acompanhado de choro ou medo do que acontecerá amanhã. Os capítulos da vida se encerram e dá medo do próximo, medo de não conseguir virar numa dessas esquinas que a vida tem. Hoje não sei se seguir em frente, sem curvas, é de fato a melhor solução. Ontem peguei apressada uma estrada curvilínea, e enquanto meu estômago teimava em se embrulhar, eu me forçava a não pensar nas conclusões. Um céu, um sol, água, amigos, conclusões, nervosismo, choro. Ciclo. Estranho perceber que, por mais especial que as pessoas dizem que você é, não te torna importante. Pessoas "especiais" estão cada vez mais sozinhas, procurando simplicidade na confusão, ordem. Pessoas "racionais" servem basicamente para cálculos matemáticos. Tudo bem, tudo bem, esta não é a regra, até porque tenho muitas amigas e amigos especiais que se encontraram em algum caminho. Talvez seja sina e eu sempre arrumo um jeito de generalizar para não me sentir ainda mais sozinha, como quando ligo a tv para dormir sem o medo de escutar barulhos na rua. Invenção. Um dia li algo de Caio Fernando que dizia: "Inventar é uma das melhores coisas da vida" e é. Inventar é fabuloso. Viver na invenção não, mas inventar uma coisa ou outra para fazer o medo dormir é fantástico. Vou procurar hoje no céu uma estrela cadente e fazer um pedido. Qualquer pedido...

sexta-feira

Relógio

"E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. "

(TatiB.)

De acordo com o horário de Brasília, são 14:16. Pensei por um minuto no que escrever. São 14:17, e sabe, eu não vou atrasar meu relógio para esperar que você vomite seu coração. 14:18, o tempo não vai parar, amor, não vai.

quarta-feira

Cólica

Sabe que as vezes eu penso que amor nem é tão amor assim? Pois é, e acho que tudo que eu pensava ser e não era me rendeu bons textos, acho que o amor tem suas utilidades, para mim, o amor me ajuda a escrever. Sempre achei que amor fosse a razão pela qual as pessoas mudavam suas vidas para se adaptar às outras e que não acabava. Mas acaba. No primeiro sinal de fraqueza, acaba. Comigo, acabou todas as vezes e acabará todas as outras que ainda virão, não, não pense que eu falo assim com tristeza, pessimismo, falo por realidade. Conto de fadas por conto de fadas, compro um livro e devoro. Acho que amor pode ser também um acúmulo de memórias, necessidade, falta. Mas falta de que se, afinal, nascemos completos? Sinto falta de quando era criança, e acordava sem pensar em que roupa vestir ou o que dizer para agradar. O amor tranforma tudo, e a falta ou necessidade dele também. Eu estou me transformando, seja lá por falta ou carência.

domingo

meu caro amigo

Venha aqui pra me buscar, me leve para passear no seu disco voador

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça... ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário... por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

Caio Fernando Abreu.

quarta-feira

Setembro

"Gosto das tuas notícias e do teu feeling. Claro, claro que vem. O amor tá solto no ar de setembro (chega — wow! — amanhã) e já vimos tanta coisa e já sabemos de tantas outras que não vamos entregar a rapadura assim no mais, chê. Ando cheio de fé."

segunda-feira

". . . e eu concluo que, de alguma forma, nossa ligação mental? espiritual? psicológica? continua sempre muito forte."

De início digo que isto já estava escrito, mas resolvi mudar tudo, começar do zero. Hoje, sete de Setembro, feriado nacional. Neste mesmo dia, há dois anos atrás, eu te notava de forma imensa e, é claro, de um grande amor.
Sempre que penso no que escrever nesta "carta" de dois anos, me lembro da carta de um ano em que seguia uma pergunta mais ou menos assim: "Onde estaremos ano que vem? Como estaremos no outro ano?". Aqui estamos nós. Eu, com os mesmos problemas de sempre, você, com os mesmos problemas de sempre, é inegável, ainda somos os mesmos. Bêbados de nostalgia, chorando o leite derramado e negando tudo para tentar dar dois passos para frente e um para trás. Sempre assim, dois anos sendo assim, quem sabe a vida inteira? Eu não posso e nem quero prever o que será daqui pra frente, mas não custa pensar um pouquinho sobre.
Estranho comemorar assim os dias 14, lembrar, ainda que nos dias mais quietinhos, de como poderia ser e não foi. Estranho, já que as outras datas são irrelevantes. O mês de setembro, sempre com aquele ar de primavera, aquele ar de "está chegando, meu Deus, está chegando", aqueles comentários "se estivessemos juntos, completaríamos 2 anos", estranho, mas não me poupo desses comentários desde que setembro começou.
"Nós temos uma foto aqui" penso, ainda que com poucos momentos registrados pelas máquinas fotográficas. Sabe, para mim isso nunca importou, nunca me importou os álbuns de fotografia. Me importava o vinil com o teu nome na porta do meu quarto, me importava o que eu pensava sobre nós, ninguém precisava de provas sobre o que era explícito, ninguém precisa.
Sabe que pensar no nosso amor me traz os 5 sentidos à tona? A começar pelo olfato, cada cheirinho de perfume pelo ar, a audição perdida entre trechos de músicas que me lembravam e lembram você, paladar tão doce de bombons após a aula, tato para descrever situações, visão clara do horizonte que traçamos juntos. Todos juntos, num coquetel de nostalgia. Nós escrevemos um belo livro, com um romance que despertaria inveja até nos mestres, como Caio Fernando Abreu ou Lispector. Um romance tão belo que, para quem conto, não acredita ser real. E foi real? Para nós foi. "pois queríamos ser épicos heróicos românticos descabelados suicidas, porque era duro lá fora fingir que éramos pessoas como as outras" Nós não éramos como os outros, éramos diferentes, éramos clássicos, mágicos. Dançávamos na rua sem nos importar com a opinião ou com a reprovação. E quando penso em nós, sempre penso também nesta sensação de dançar na rua, pisando em astros distraídos.
É bom saber que, ainda com os anos passando, continuamos presentes na vida um do outro, é bom saber que tem você, seja lá onde você estiver... De uma mesma proporção é bom ver você sabendo do que acontece comigo, ainda que eu não te conte. É bom não ve indiferença, é bom... é bom...
Suas cartas estão guardadas, o sentimento também, todo o afeto, a amizade, a cumplicidade. Minhas cartas são a grande herança que te deixarei. Feliz dois anos, que coisa mais entranha de ser dizer, o que me arranca alguns risinhos sempre que penso em dizer.
Fico feliz em te ver feliz, e te ver com alguém que pode te fazer o bem que não fiz. Escreve os teus capitulos do livro, fico feliz em ler sempre, está história ainda é nossa. E por mais que apareçam alguns personagens novos, esta história leva o nosso nome e a nossa assinatura. Fique bem, trate de ficar sempre feliz e com o melhor sorriso estampado neste rosto! Um grande abraço, Maria.

"E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas para contar. E até lá, vamos viver,temos muito ainda por fazer. Não olhe para trás
- Apenas começamos.
O mundo começa agora
- Apenas começamos."


"Olha, eu sei que o barco está furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também...
Quem diria que viver ia dar nisso?"
Nossos infinitos barcos, e uma garrafa de vinho pela metade.

"Descobri que a maioria das pessoas que conheço me desvitalizam. E eu não vou permitir mais, nunca mais."

Preciso de um remédio para tristeza, existe?

quarta-feira

uma coisa em mim diz olha, pedir socorro neste caso é inútil, ninguém pode ajudar ...

Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo. No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir. Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali , ser outro. As pessoas não ligam pr´essas pequenezas, sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui. O fato é que fico olhando pra trás pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais. Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê. Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo. Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo. Hoje, parei e sentei bem aqui na beira desse rio que me atravessa. Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá. Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança. Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos.

Briza Mulatinho
_______________________
'Que todo mundo tenha um amor quentinho. Descanso pro complicado do mundo. Surpresa pra rotina dos dias. A quem esperar. De quem sentir saudades. Um nome entre todos. O verso mais bonito. A música que não se esquece. O par pra toda dança. Por quem acordar. Com quem sonhar antes de dormir. Uma mão pra segurar, um ombro pra deitar, um abraço pra morar. Um tema pra toda história. Uma certeza pra toda dúvida. Janela acesa em noite escura. Cais onde aportar. Bonança, depois da tempestade. Uma vida costurar na sua, com o fio compriiiiido do tempo.'


[Briza Mulatinho]


O amor é tão belo mas pensar nele quase semrpe me deixa triste.

domingo

E quando setembro vier...

"De tão azul, o céu parecerá pintado. E nós embarcaremos logo rumo à ilhas Cíclades.
Houvesse cortinas no quarto, elas tremulariam com a brisa entrando pelas janelas abertas, de manhã bem cedo. Acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. Setembro estava chegando enfim."
amém.

quinta-feira

15:18



Eu queria parar um dia para agradecer sabe? Agredecer pela paciência, pelo colo, pela doçura e pela amizade. Amizade que, com um olhar, já entende tudo e dispensa maiores palavras. Você não precisa me conhecer desde os 2 anos para ser minha amiga de infância, para ter feito parte da minha vida e para conhecê-la, do início ao fim. Nunca me deixando pular partes, esquecer. Eu também não preciso ter feito a pré-escola com você para saber como você era, para saber como você foi e como você é. Hoje eu te admiro, "Me ensina a ser tão forte assim também". Sinto-me até um pouco egoísta por lançar tantas vezes todos os meus desesperos sobre você, eu sempre te digo que quando tudo parece sem saída, eu sei que posso correr para você, queria agradecer por isso também. Quero aproveitar para agradecer também por toda a força que você me dá, para que eu siga a estrada que achar conveniente, e sempre apontar que estará ao meu lado, sempre. Você é muito especial Amanda, sua amizade é um conforto, uma certeza!
(Rá, o resto fica para a carta de aniversário)
Te amo, amiga, mesmo, imenso!

quarta-feira

Coisa simples é lindo, e existe muito pouco

' Certo, muitas ilusões dançaram — mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. '
(caiof.abreu)

segunda-feira

Se tudo parecer errado

Esta não é, nem de longe, a melhor carta que você leu. É só a verdade, toda a verdade, do início ao fim. Tudo aquilo que, por covardia, eu te escondi. Tudo aquilo que você precisava ver e não viu por covardia. Tudo o que a covardia fez conosco e, é claro, tudo o que somos hoje.

Contei cada manhã que acordava sem saber se você estava vivo, se estava bem. Passei seis meses acordando e indo dormir com uma ressaca de sentimentos e com a teimosia de me embriagar de não-amor no dia seguinte, de novo. Eu passei todo esse tempo assim, mas você não viu.

Antes de tudo isso, é inegável, fui muito feliz. Agradáveis ventos primaveris me bagunçavam os cabelos, mas não era real. Talvez o erro foi este, crer que uma história era tão bela sem se lembrar que coisas belas assim não aconteceriam. Mas você não sabe disso.

O tempo passou e eu estou cada vez mais fora do seu campo de visão. E, embora nem eu mesma acredite, o tempo passou para mim também. O tempo, sempre exato. Eu fui te anulando, te apagando, te esquecendo. Por livre-arbítrio. Tem horas que cansamos sabia? Cansei de inventar um personagem em você e de adorar cada feito desprezível seu. Cansei.

Quando você menos percebia, eu estava de longe, analisando cada mínimo gesto seu. Queria mesmo era notar teus erros, para passar a odiá-los, não consegui. Eu só passava a te amar, mais e mais, de uma forma burra e real.

Eu passei a correr, todos os dias, para mais longe. Se tentar odiar não funcionava, ficar longe deveria resolver. Pode parecer incrível dito assim, mas estava conseguindo. Meu porte atlético, que não era dos melhores colaborou e me surpreendeu. Eu estava ficando feliz e nem me comparava mais às mocinhas sofredoras das novelas mexicanas. Eu corria sem rumo, mas não importava o rumo, importava a distância. Entretanto, quando pensava que estava distante demais, você me segura pelos ombros e me pede para voltar, que está chegando o nosso tempo e que não quer mais que eu te esqueça e corra assim de você. Ah, como eu odeio esse tal de amor. Eu, cega, voltei sem hesitar. Confundi-me, mas sorria de forma segura. Sempre me confundindo com o estável e o instável. Tá tudo errado.

Sempre tudo errado, os discos velhos tocando uma música que eu não agüento mais ouvir. E hoje eu estou exausta para dançar. Deve ser porque não agüento mais balançar sozinha neste tango, andar sozinha nesta corda bamba, escrever sozinha uma história de amor que vivo sozinha. Cansei de estar sozinha e de saber desta solidão. E vou dormir.

Tudo isso é embaraçoso. Faz parte do meu show, fazia parte do seu. Hoje estou encerrando todo o incerto que construí. Não ficou bonito não, não dá para morar nesta construção, mas dá para derrubar e eu estou derrubando. Dia após dia, derrubando tijolo por tijolo. Estou encerrando também todo este amor não recíproco, estas sortes lançadas, tirando as cartas da mesa e te esquecendo, pela última e mais concreta vez. Esquecendo-te por gostar tanto e, assim, nos deixar viver. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.

“E você continua escrevendo sua história pulando linhas, errando palavras, esquecendo os títulos. E eu continuo escrevendo seu nome com letras cheias, para tentar preencher você de alguma maneira. Pra tentar deixar tangível a sua existência. E principalmente pra poder amassar o papel e jogar no lixo.”

domingo

Te mando retalhos de amor

"pois queríamos ser épicos heróicos românticos descabelados suicidas, porque era duro lá fora fingir que éramos pessoas como as outras"

Voa quem voa Maria

Pousa-se toda Maria
no varal das 22 fadas nuas lourinhas
Fostes besouro Maria
e a aba do Pierrot descosturou na bainha

Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado e emoldurado
Esperarei romântico

Sou a pessoa Maria
Na água quente e boa gente tua Maria
Voa quem voa Maria
e a alma sempre boa sempre vou à Maria

Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado e emoldurado
Esperarei romântico

Tou vitimado no profundo poço
na poça do mundo
do céu amor vai chover
Tua pessoa Maria
Mesmo que doa Maria
Tua pessoa Maria

Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado e emoldurado
Esperarei romântico

Tou vitimado no profundo poço
na poça do mundo
do céu amor vai chover
Tua pessoa Maria
Mesmo que doa Maria
Tua pessoa Maria

marisa monte - maria de verdade.

And true love waits

Tudo errado, tudo, tudo errado.

deserto

"pensei em tudo sabe, tudo tava indo tão bem e assim
mais enfim Maria, eu tinha encontrado em você tudo aquilo que faltava pra mim."
EU SOU UMA MERDA DUMA MENINA, COM UMA MERDA DUMA CONSCIÊNCIA, COM UMA SÉRIE DE ESCOLHAS ERRADAS. só.
E odeio domingos, e odeio saber que amanhã a escola me espera. E as lágrimas caem sem pedir permissão.

sexta-feira

O amor não tem pressa

"Duas vezes eu quase morri de saudades de você. Uma quando eu vi Closer e lembrei que o amor, como deveria, não existe. E outra quando escutei sem esperar “Quem te viu, quem te vê” e lembrei que você era um pedaço charmoso de tudo o que o mundo e a vida têm de mais charmoso."
tatib.
Nunca me senti tão confusa como nesses dois últimos dias. Paciência.

Peço licença ao meu ódio tão feio e tão infinito para te amar só mais uma vez.

Entre um abraço apertado e outro, eu volto à nítida sensação no quanto foi bom estarmos juntos, ainda que precipitados, ainda que crianças, até. Aquela sensação que só o melhor e mais confortável abraço do mundo pode trazer, e cala as palavras erradas, e é demasiado sincero. Mas eu não quero voltar, não ao que éramos antes. Nós mudamos, eu te disse, eu mudei. Tudo que se passou, todas as idas e vindas foram me moldando, com o mar molda as rochas, porém, a essência ainda está aqui. Esse mar mais forte que nós, esse mar de sentimentos que me arrancou lágrimas nos especiais do roberto carlos e entre uma música e outra do chico, esse mar que me fez suspirar ao olhar as fotos do passado, cheias de poeira. Eu queria que você soubesse que este mar ainda existe. Agosto me deixa assim mesmo, tão cheia de lembranças, com tanta vontade de olhar para trás. E você me deixa assim mesmo, sem orgulho, sem medo de dizer que te espero, e com vontade de ouvir você dizer que acredita em nós, e você diz, e meus olhos brilham, e e e... Nós temos tempo, todo o tempo do mundo. Nós temos. Pode sentar, pensar, esse é o combinado não é? Eu tô pensando, eu tô levando. Vai ficar tudo certo.

quinta-feira

E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto?

- eu insistia em não olhar para o "nosso" passado, porque ia ficar numa regressão absurda enquanto você progredia. Mas agora eu tou olhando pra tudo o que já aconteceu.
- Sim, e o que você viu olhando para trás?
(Silêncio)
- Vi que no meu caminho, depois que o passado passou, tava faltando você e ainda tá.

Ainda era moço pra sair no terraço e dançou

Eu queria correr, correr. Deixando sentimentos para trás, acendendo todas as luzes no caminho, correr. Meio Forrest Gump isto, eu sei. Uma vontade maluca de deixar tudo para trás e ir em direção só daquilo que quero, não deixar que pensem por mim. Entretanto me vejo barrada sempre, barrada pela impossibilidade de passar por cima das coisas. Sempre que estou muito a frente, muito além, paro e não tenho a certeza de que estou onde de fato gostaria de estar. Olho para trás. Sempre, sempre repetindo o velho erro de olhar para trás. Pegar os velhos livros de fotografias e rir do quanto tudo aquilo era bom e deixou marcar tão profundas que parecem impossíveis de serem arrancadas. Cartas, memórias, tá cheio de pó, eu sei. Assopro. A poeira se mistura às lembranças. Os velhos discos sempre tocando, Chico me embala nos versos de A Banda, rodopio abraçando todas as lembranças, agarrando-as pelos pés, cantando coisas de amor.

domingo

e se...

"Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia."

Sobre um herói



"É muito difícil ficar adulto."


Por mais que eu tente sempre encontrar as melhores palavras para demonstrar o que preciso, é sempre díficil encontrar. É você, só você, sempre você. O meu melhor, a melher pessoa em absolutamente tudo o que faz, de psicólogo à gerente de mercado. O melhor. A verdade é que, cada vez mais, nos sobram coisas para dizer e falta tempo... falta tempo demais. Não importa, quero aproveitar brecha do dia de hoje para pelo menos tentar te manter informado de tudo aquilo que você deveria saber sobre nós. Tudo assim mesmo, de forma rápida, objetiva, como você é. Sem parágrafos, sem rodeios. Ronaldo, antes de mais nada queria te informar sobre o significado do termo "herói": herói
s. m.
1. Homem ilustre por feitos de grande coragem.
2. Protagonista.
3. Deprec. Homem que se torna saliente pelo seu proceder escandaloso ou incorrecto!incorreto.
4. Infrm. Personagem principal.
5. Ant. Personagem nascida de um ser divino e de outro mortal.
Esta definição já diz muito. Você é o meu herói, sem ao menos precisar voar ou ter o poder de estar em dois lugares ao mesmo tempo. O protagonista, o personagem principal. Sem precisar dizer nada, você diz tudo. Sempre. Sabe de tudo sem ao menos eu precisar contar. Você é tudo. Tudo. Eu poderia escrever aqui sobre todos os momentos que passamos juntos, das risadas, dos choros, dos pedidos. Nós erramos e acertamos muito e já se passaram 15 anos de acertos e erros. Eu aprendi muito com você, aprendi como se deve lidar com todas as situações da vida, como ser melhor para mim e para os outros. Eu quero te dizer o quanto preciso de você. Você é o meu melhor. Para ser objetiva te digo: Eu amo você, amo. Mais que tudo e da forma mais eterna possível!
Feliz dia dos pais, obrigada por me fazer ter orgulho de ser sua filha!

sábado

O humano é só

"Foi a ultima paixão. Paixão é o que dá sentido à vida. E foi a última. Tenho certeza absoluta disso. Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver. Já tenho um passado, tenho tanta história. Meu coração está ardido de meias-solas. Sei um pouco das coisas? Acho que sim. Tive tanta taquicardia hoje. Estou por aí, agora. Penso nele, sim, penso nele. (...)Certo, certo: ninguém tem obrigação de satisfazer ao teu desejo, pela simples razão de que você supõe que teu desejo seja absoluto. Foda- se seu desejo, ora. Me dói não ter podido mostrar minha face..."

(Caio Fernando Abreu)

Hein?

"A gente nunca fica satisfeita com os desfechos de nossos relacionamentos: se não conseguimos esquecer alguém, sofremos. Se conseguimos, lamentamos o quão pueril tornou-se o passado. Senti uma fisgada hoje pela manhã que nada mais era do que a dor da perda, mas não a perda de uma pessoa, e sim de uma etapa vencida. Acho que agora compreendo quando, ao subir uma montanha muito íngreme, recomendam que a gente não olhe para baixo."

(Martha Medeiros)

Me deixa

Mas to me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo. Não é isso que todo mundo acha super divertido? Beber e dançar e chegar tarde e envelhecer e não sentir nada? Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada.
(Tati Bernardi)

Até pouco tempo atrás eu só me preocupava com uma vida que não era minha, com a idade que eu não tinha, com preocupações que não me cabiam. Eu, embora por vezes não acreditasse, era pequena demais para uma porção de coisas. Talvez só ontem meu campo de visão aumentou, e eu percebi que só regredindo eu poderia evoluir. Eu sou adolescente, quer queira, quer não. E quer saber, esta é exatamente a MELHOR fase da vida.

quarta-feira

medo

Tou com saudades de escrever. Tenho medo de ter desaprendido o jeito, estar enferrujando.

Frio

"Pra tentar ser feliz
Senti vontade de voltar

Pra te dizer que as opções ainda estão aqui
Vou construir uma família como a gente quis
Quem tem menos faz bem mais que nós por si
Essa cidade não conhecerá meu fim
O que procuro encontrarei dentro de mim"

segunda-feira

"há sempre alguém que não vemos, nos deixando flores!..."

domingo

CaioFernandoAbreu

“Eu estou de molho com vida afetiva, preferindo me concentrar em trabalho, em mim mesmo. Sim, freqüentemente baixa uma grande solidão.”
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“E decidi me poupar mais. Tem sido difícil. E não sei se há recompensa. Talvez, quem sabe, me sentir melhor comigo mesmo. Um I-Ching me aconselha a “limitação”: um lago não deve querer transbordar de seus limites.”
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'Mas vou atravessando os dias, a casa muito vazia, às vezes dói. . .'
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“... dei umas boas choradas (é liiiindo e amaaaaargo), saí meio down e acabei tomando uns vinhos talvez além da conta. Sinto saudade docê, todos os dias. Vai um cheirinho de alecrim e muito carinho. "
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'Mas acontece que o senhor não colocou outras coisas para substituir essas.'
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"Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo."
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'- Não deixar principalmente que entrem dentro de ti e queiram arrancar isso que está aqui, entendeu? - levou uma das mãos até o coração... '
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" Apertava a mão do príncipe sem cavalo branco, sem castelo, sem espada, sem nada".
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'Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais."
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Não gosto quando a gente fica falando assim no que não foi, no que poderia ter sido. God!
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'Feliz, feliz, feliz. Uma página inteira feliz. Um livro inteiro feliz. Um mundo inteiro feliz.'
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"Eu sempre acredito em happy ends , com beijo no final....isso é ter esperanças..! "
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''Vou sair para ver o mar e me perder entre os labirintos que distanciam nossos passos. Vou te procurar entre as estrelas e os satélites distraídos, que confusos me ditaram caminhos errados e esparsos. Eu irei caminhar por trajetos errados em diferentes passos. Em destinos errantes nas mais estranhas pegadas na areia. E vou te encontrar em um planeta abandonado no curto espaço entre nós dois. Em nossos abraços, em seus sorrisos largos.''
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"Às vezes chego a pensar que ele sempre soube que, de uma forma ou outra, fatalmente acabaria assim."
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'Se ficar heavy metal demais, dou o fora. '
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Possibilidade

"Não chegaram a usar palavras como especial, diferente ou qualquer outra assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las." E é isto, apenas.

sábado

SUGESTÕES PARA ATRAVESSAR AGOSTO

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire , a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismo, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.

Caio Fernando e um de meus textos favoritos. Obrigada, Cainho, por me ensinar a atravessar agosto.
AAAAAAAAAAH, E ONTEM SAI FELIZ DA VIDA DE UMA LIVRARIA COM UM LIVRO QUASE BIOGRÁFICO DE CAIO FERNANDO, MEU AMOR. E UM OUTRO, LEITE DERRAMADO, DE CHICO, MEU OUTRO GRANDE AMOR. PRECISA DE MAIS ALGO PARA SER FELIZ? AH, SE É DE AMOR QUE SE PRECISA, POIS BEM, EU ESTOU MARAVILHOSAMENTE NAS NUUUUUUUUVENS, E NEM ESTOU TÃO AMANDO ASSIM. *-*

Cadê?

Tá em ebulição, vazando, transbordando, e nada da tampa da panela pra socorrer a lambança. É culpa da pressão que eu ponho em tudo isso? É o que dizem: desencana que uma hora ele aparece.
O pé cansado já tentou calçar (à força) do chinelão que descola as tiras ao sapatinho de cristal. Nenhum serviu e o coitado tá todo esfolado.
Ninguém pra descascar, chupar ou fazer uma laranjada. Em compensação, laranjas na minha vida não faltam. E chega! Há anos peço o príncipe e só me mandam o cavalo.
Fim de ano sem amar é deprê, hein? Tô megera o suficiente pra ver uma família feliz no shopping e pensar que aquela instituição "image bank" não passa de uma união solitária de aparências. Tô megera o suficiente pra furar a fila do Papai Noel e pedir um pirulito, bem grande, bem grosso, bem exclusivamente apaixonado por mim.
Tô megera o suficiente pra abraçar os veadinhos do trenó em homenagem aos meus ex-casos. Tô megamegera o suficiente pra não admitir minha carência e dar uma risada debochada de todas as luzes, canções e emoções de boas-festas.
Tá, mas no especial do Roberto Carlos não vai dar pra ser megera. O filho da mãe sempre me faz chorar. É impressionante como a gente se sente sozinha na porra do especial do Roberto Carlos.
(T.B.)


Você tem feitos as escolhas certas?

sexta-feira

Você tem ou não escolhido corretamente?

"é só uma história, ninguém vai morrer por causa disso..." nem eu.

terça-feira

E tal e coisa, e coisa e tal

Personalidade

Canceriana, seu humor realmente só Freud explica. Regido pela Lua e pelo elemento água, o signo de Câncer traz, ao mesmo tempo, força e fragilidade, doçura e raiva, carência e independência. Esquisito, né? Pois é, com esse jeito, complicada e perfeitinha, você segue sua vida e suas relações. Possui uma memória seletiva, que escolhe o quê e quando lembrar, mas muitas vezes, apega-se ao que deu errado no passado, com dificuldade de se desprender de modo leve. É intensa em tudo o que faz e espera uma cumplicidade enorme das pessoas à sua volta. Tem uma super intuição, que a guia nos momentos-chave do destino. De personalidade forte, você é apegada às pessoas importantes, sejam amigos, rolos de amor ou gente da família. É uma guerreira, que une as pessoas, através de conselhos e pequenas broncas, quando alguém está pisando na bola.

Amor

Os relacionamentos são fundamentais para você, canceriana. Intensa, controladora, apaixonada, ciumenta, carente, e até por vezes, manipuladora, você quer que as coisas sempre saiam do seu jeito no amor. No fundo, tem um grande medo de perder e de ter que abrir mão, e como conhece profundamente as pessoas, por ser intuitiva, acaba percebendo os vacilos rapidamente. Gosta de parceiros que valorizam a intimidade do casal e que se comprometem, tentando crescer junto com você. Pode se decepcionar com facilidade, por ser exigente e sensível. Precisa estar ao lado de pessoas leais, fiéis, que reconheçam seu valor, pois caso contrário tende a mostrar seu pior lado: carente, inseguro, manhoso, ciumento... No fundo, tudo o que você quer é que o carinho sempre se mantenha e pode ficar mal quando percebe que seu parceiro está buscando outros horizontes.

A Galera

Super carinhosa e protetora, você é mãe da galera. Ouve os problemas, fica perto na hora da dor, inventa atividades maluquinhas só para animar um amigo... Por ser intuitiva, sabe, só de olhar, quando aquela amiga especial está na pior. Gosta de viver o dia-a-dia com a turma, sair para comer e conversar. Você é uma grande amiga. É aquela que nunca se esquece de uma data de aniversário, que liga pra todo mundo, reunindo a turma, que chora no chão do banheiro com uma amiga, depois de uma balada catastrófica... É quem defende os amigos sempre, dá bronca de vez em quando e adora tê-los por perto.

Profissão

Você é independente, esforçada e corre atrás de seus objetivos, sem esperar que a vida aconteça. Tem habilidade para receber pessoas e lidar com o público. Entretanto, não lida bem com críticas e muito menos com broncas que considera injustas. Pode se dar bem recebendo pessoas (hotelaria, relações públicas), cozinhando (chef, cozinheira), chefiando uma pequena empresa na área terapêutica (estética, massagem), em profissões como nutrição, psicologia, pedagogia... Mas deve aprender a não se magoar tanto com a equipe de trabalho, principalmente com quem tem cargo acima do seu. Você não lida bem com críticas e pode até abandonar uma profissão por conta disso. Tente relaxar mais.