sábado

A flor.


Há dois anos atrás, corri tão ansiosa ao hospital e vi, atrás do vidro, aquele pacotinho rosado, tão rosado que desde então minha vida não teve outra cor. Rosa, tudo rosa. E mesmo que eu não queira, e mesmo que eu esteja consumida por todo o nervosismo diário, abro o portão da casa da vovó e vejo, vindo correndo em minha direção, um sorriso com alguns dentes ainda por nascer. Não poderia ser melhor, não haveria como ser mais feliz. E com os braços abertos me recebe, e torna o meu dia todo melhor, menos denso. Hoje, em minhas decisões, o que pesa é o medo de que você cresça sem mim. Soaria natural para você, ainda tão pequena, mas eu não sei se seria a mesma afastada do meu motivo para sorrir. Há dois anos atrás, a vida da nossa família se encheu de luz, uma luzinha tão brilhante que é incapaz de apagar. Mesmo quando você grita, ou chora, ou grita e chora e nos obriga a fazer suas vontades, mesmo assim, você é só luz. Eu vejo os olhos do vovô brilhar a cada palavra nova que você aprende, e vejo que comigo também não é diferente. Ah, anjinho, ainda que você seja nova demais para ler este texto, quero deixar claro que você tem feito de cada um de nós melhor. Feliz aniversário, preciosa. Te amo tanto que chega a doer.

2 comentários:

Paola Vitali disse...

É tão lindo esse amor, e essa menininha!

Anônimo disse...

Faltam as palavras para descrever o prazer que é ter uma criança em nossas vidas. Só esses seres pequeninos conseguem despertar o melhor de nós. Lindo o texto.