quinta-feira

ela
lava passa coze
borda a fronha
arruma a cama
e nessa espera medonha
fica repleta de horas
fica vazia de tempo

ele
quer ficar na rua
iludindo a liberdade
sente a noite
encher-lhe o peito
vira o copo com despeito
e se esvazia de vontade

ela
sabe que ele volta
mesmo sem querer voltar

ele
sabe que ela espera
mesmo se ele não chegar

(Josie Mello)

O tempo envelhece

Mais uma vez o tempo me assusta.
Passa afobado pelo meu dia,
Atropela minha hora,
Despreza minha agenda.
Corre prepotente,
A disputar lugar com a ventania.
O tempo envelhece, não se emenda.

Deveria haver algum decreto
Que obrigasse o tempo a desacelerar
E a respeitar meu projeto.
Só assim, eu daria conta
Dos livros que vão se empilhando,
Das melodias que estão me aguardando,
Das saudades que venho sentindo,
Das verdades que ando mentindo,
Das promessas que venho esquecendo,
Dos impulsos que sigo contendo,
Dos prazeres que chegam partindo,
Dos receios que partem voltando.

Agora, que redijo a página final,
Percebo o tanto de caminho percorrido
Ao impulso da hora que vai me acelerando.
Apesar do tempo, e sua pressa desleal,
Agradeço a Deus por ter vivido,
Amanhecer e continuar teimando ...

(Flora Fiqueiredo)
Ah, eu não sinto mais vergonha não
Se a falta vai dizer por mim
Você se engana "tão melhor assim"
Guardando tanto amor
Que eu já não sei
Separar, eu não sei

O som que faz quando um de nós se vai
É quase vai-e-vem
Por muito tempo até que deslizei
Não deu pra segurar
Mas eu tentei
Devagar
Eu tentei

Eu não quero um outro alguém
Muito menos se for
Pra esconder o nosso bem
E um falso sorriso
Penso muito bem
Nesse abrigo indeciso
Outra foto no mural
Eu fui cuidar de mim
Cuidar de mim
Cuidar de mim

Fui procurar ajuda
Para um coração
Trincado pela culpa
Vazando, sem perdão
(Coagulando, sem perdão)

Eu errei
Fazendo a coisa certa
E perdendo toda a essência
Acho até que não
Preciso de você
Quando preciso de você

(Rodrigo Lemos)

quarta-feira

Que nenhum adeus vai apagar.

Odeio chorar por saudade, odeio sentir saudades, sinto como se estivessem me arrancando uma parte vital. Saudade daquelas tardes fazendo pão de queijo ou das noites fazendo miojos, saudade das paixões complicadas, dos amores, dos sorrisos arrancados no começo da manhã. Do Imaculada e suas regras, dos abraços apertados, do choros demorados e risos de doer a barriga. Do sorriso que a Thaisa me arrancava das maiores palhaçadas, das barbies. Das verdades e desafios, das broncas, do meu querer ser mãe. Saudade dos intervalos com a pessoa mais maravilhosa que já conheci, contando-me que o mundo é pequeno pra caramba. Dos sonhos antigos, das confusões, do último pôr-do-sol que vimos juntos, do pôr-do-sol mais lindo que já vimos e que eu ja pude ver sozinha, poxa, eu te amava tanto, talvez mais do que o amor que acumulo por mim. Das brigas intermenáveis com o irmão, ou na casa da vó. Da prima aqui, pertinho. Das flores que ganhei depois de um mês, das danças, dos ensaios, do forró que me tirava de qualquer tristeza, sempre às segundas, quartas e sextas, sempre às sete e meia. Das provas, das vontades de procurar qualquer pessoa pra me escutar chorar. Das voltas de patinete com o pai, do pai sem tantos trabalhos, da mãe sem tantas noites mal-dormidas. Do quarteto, da época sk8, da praça, das cartas de amor, do romance. Cada vez que insisto em ir, peço pra coisas voltarem, rezo pra, onde quer que estejam, perto ou longe, vocês estejam bem. Eu sinto falta dos momentos no Hotel fazenda, da viagem, da Ana Clara nascendo. Sinto falta de cada estrela que morreu desde que me esqueci de contá-las, sinto falta de cada momento em que, desatenta, não disse à vocês: EU AMO VOCÊS, COM TODA A FORÇA QUE CARREGA MEU SER, DIA APÓS DIA. Obrigada, mil, por todos aqueles que hoje me arrancam as lágrimas mais dolorosas, porém, mas doces de saudade.

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar"

Estou querendo viajar por minha conta e risco

"Recomeçar é sempre bom. Ando com vontade de sacudir a poeira das experiências adquiridas e ganhar territórios novos. Esse desprendimento demanda liberdade, uma senhora regida pelo desapego. Quero seguir o fluxo da vida como um rio, soltando a âncora porque chegou a hora, deixando velhos portos onde guardo realizações como troféus da existência. Sempre há caminhos novos... As mudanças vêm bater na minha praia. Devo aproveitar seu balanço para me lançar ao mar. Navegar é uma batalha interior que depende de vontade própria. Exige vencer os desafios dos sete mares: o mar do comodismo, do apego, da resistência a mudanças, do equívoco da segurança (porque nada é seguro), do fantasma das perdas, do rompimento dos padrões, do medo do desconhecido. Na minha bagagem acumulei um excesso de responsabilidades que não me pertencem. Estou querendo viajar por minha conta e risco. Até o fim da estrada com direito a paradas prazerosas para contar estrelas e contar histórias. Não quero deixar o melhor de mim para amanhã."
Célia Musilli

domingo

Sei mais caminhos que meus sapatos

E pra deixar tudo melhor, ainda tem as conclusões terríveis de amor, aqueles que sempre me enchem de sentimentalismo.

"Quanto mais ando mais perco
Teu rastro armadilha na estrada sem fim
Choro em silêncio a dor
Sofro mas nem a lua tem pena de mim
Sei mais caminhos que os meus sapatos
Na escuridão esperava por ti
Mas ontem rasguei teu retrato
Te matei e dormi "
Que os bons ventos tragam de volta, meu tão querido amigo, irmão, exemplo. Por favor, por favor, rezo baixinho.
E a felicidade, que pequena era, agora se acabou.
Hoje eu estava mesmo com vontade de vir aqui, escrever tantas coisas que estive em mente enquanto passei dias sem aqui aparecer, mas não vai dar.
Eu estou cansada, por mais uma vez, cansada de todos esses dias de brigas, de todo esse sentimento que vem diminuindo, pedaço por pedaço, e levando parte de mim assim, sem dó. De tanta injustiça, de tanto "drama", de tanta lama. Cansada de mim, de você, da situação.
Dizem para mim o tempo todo: Irmãos são assim mesmo. Não entendo, não são. Corre sangue meus as pressas no sangue dele, e não há piedade em cada palavra dita, cada palavra que pensamos antes de dizer.
Eu vou morrendo assim, pedaço por pedaço, sem poder dizer a ninguém o tamanho desta dor aqui dentro, o tamanho deste sentimento que me arranca lágrimas dolorosas, esse sentimento que tantos chamam de "drama". Me dá este nó na garganta, nó de marinheiro, que não há quem desate. As pessoas tem problemas demais.
Mas tudo isso chama-se drama não? Pois bem, sou uma dramática de mãos cheias.

quarta-feira

Um pouco de raiva não me fará mal.
Há frutos que apodrecem
por excesso de doçura.

Fabrício Carpinejar

Carpinejar me deixa com vontade de postá-lo a todo tempo, que até me faz esquecer que escrevo. Não se espantem se encontrarem mais ele que eu por aqui, mas ele diz por mim sem eu precisar dizer nada por ele.
As coisas nunca fazem tanto sentido quanto queremos que façam, mas isso interessa? Sinceramente, não!
Acho que o mais adorável em tudo é a nossa capacidade de incompreender e achar graça, como eu acho. E de, conforme o tempo passa, não ter mais vontade de entender nada mesmo. Tanto faz.

E sua lembrança mais triste, qual é?

"Remei, remei a respiração e fui escolhendo os quadros no museu de minha melancolia. Encontrei novamente a coleção privada das minhas falhas, que arrematei num leilão e não partilho com nenhum estudioso da arte ou da dor. Atravessei as salas quietas de meus ossos, o choro mudo do ventilador, reconhecendo que a visitação é sempre desacompanhada no fundo da memória."
Carpinejar, Fabrício.

Borboletinhas na barriga

Depois de todo um talvez, digo: Por você hoje, coração palpita num ritmo louco de carnaval fora de época, borboletas brigam na barriga. Você continua a matar passo a passo de todas as certezas que existiam nesta vida barata que nem sei. Estou indiferente, aliás, quisera eu estar.
Escrevo cada vez mais frases soltas e perdidas para um destinatário real ou imaginário, mas isso pouco interessa. Continuo a sentir seu perfume embriagador de anos atrás, continuo a ouvir cada palavra sua como se me fossem soletradas lentamente, para me deixar cada vez mais insana e cegamente apaixonada.
Em cada conversa, com sentidos ou não, em cada palavra dita de longe, no par de olhos que eu não posso ver, com um sorriso tão lindo quanto imagino numa história de príncipes e princesas. As palavras que me fazem levantar e caçar um ideal qualquer para me agarrar, um ideal qualquer que seja capaz de motivar e levar adiante. Cada jura que será cumprida, que nunca chegará a virar realidade, cada pedaço de um coração embralhado e um curinga num baralho desses.
E a tristeza tem fugido lentamente do meu olhar, depois de tantos enganos, este talvez será mais um ou quem sabe não, embora tudo isso seja um sonho de uma noite dessas em que durmi e insistiram em me acordar. Quero todo esse sentimento denovo e denovo e denovo até não caber de imaginar.
Estou indo atrás de toda felicidade que fantasio, que não paro de fantasiar. Sonhando com um amor descrito em linhas tão tortas como as acima, sonhando com qualquer bobagem que me leve onde eu quero chegar. Embora, na vida real, essas de carne, osso e alma, tudo isso não passe de uma invenção.

terça-feira

"Pode ficar com razão, a razão nada entende de nosso desejo. Nunca entendeu. A razão é o que menos importa ao amor."
Carpinejar *-*
"Pintou estrelas no muro
e teve o céu
ao alcance das mãos. "

Hoje eu estou neutra demais para escrever algo, por isso vão aí trechos que gosto. Toda essa neutralidade me traz uma certa felicidade, por não precisar esperar nada nem do meu dia, nem esperar que algo saia como o planejado, até porque não há nada planejado. Não tenho planos hoje, e é melhor assim.
Hoje eu só espero, espero que alguns anos venham voando e eu possa ir morar na Itália. :)
"me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que o teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno porco que me ilumina e anoitece a cada dia, e passo a passo afundo nesse charco que não sei se é o grande conhecimento de nós ou o imenso engano de ti e de mim ( .... ) essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui." À Beira do Mar Aberto;

Meus irmãos colecionavam selos, moedas, borboletas e revistas. Alinhar ao centroEu, silêncios.
A brisa se mistura ao cheiro das lembranças. É como se eu estivesse regressando. Posso brincar lá fora?
O pampa é meu pátio.
Como dói a porta fechada por dentro.
Não ter para onde ir é uma forma de sempre chegar.

(Fabrício Carpinejar)

domingo

Amor de bolso

Cada vez que me bate este sentimento de voltar atrás de algumas milhões de coisas eu me sinto convarde. Como quem tivesse medo de andar para frente ou para trás, alguém parado por medo de passos falsos. Eu sempre tive medo de escorregar.
Hoje aconteceu que uma loucura de saudade me tomou o peito e fez com que eu pensasse que rumos estranhos estes que os barcos tomam. Nossos barcos, eu digo. Não, não me deu vontade de voltar, voltar e viver todo o tempo desperdiçado, voltar e ter um abrigo quentinho, um calor, um amor, se, por um acaso, viesse a me sentir assim, seria por carência, uma carência nostalgica.
O mais estranho é que eu sei que este afastamento rotineiro dos barcos já aconteceu, e sempre será assim. Ponto negativo, enquanto eu, positivo, distância mil, continuo a atrair pouco a pouco a sua atenção, a volta do seu amor.
O que dói é ver a juventude aflorando em você e trazendo consequências não tão boas aos que olham de fora do círculo vital, como eu, por exemplo. Desejo a ti sorte, felicidade, e um vento bom ao teu barco. Termine tua garrafa de vinho, estou remando o mais rápido que posso.
"E eu estava só começando a entrar num estado
de amor por você. Mas não me permiti,
não te permiti, não nos permiti." CaioF.

Miss beleza interior

Hoje, por ironia ou não do destino, quando eu pensava sobre o que é bonito para mim, mudava de canal e acabei passando no concurso de misses de um estado para representar algo em nível de país. Até aí, tudo bem. Mas parei e pensei: por ser um concurso de beleza não deveria ser escolhido o belo e não o bonito?
Pois bem, ao contrário do que muitos pensam, beleza não é estar com o corpo perfeito ou com o cabelo do momento, beleza não é o que se cobre com maquiagens, não está marcado em capas de revista ou em agências de modelos.
O que é belo passa de forma imperceptível aos olhos. Beleza não escolhe cor, corte de cabelo, crença ou marca de roupa, não escolhe classe social tampouco forma física. O que é bele não está no óbvio.
Beleza sente-se. Tanto pelo coração que a trasmite quando pela alma que a saboreia. Beleza conquista um trono que não se perde conforme os anos passam e as rugas aparecem, é inapagável, reluz e não se compra em lojas de atacado e varejo.
Beleza é alma, é raça. Não se impõe a padrões. Não há concursos para definir o mais belo, até porque o belo não dá importância em ser o número um. Beleza não se esconde aos que enxergam com o coração. O bonito desgasta, cansa, passa. O belo é da eternidade que o tempo de vida indetermina. É de lembrar, comemorar, eternizar.

Não quero ser... sem que me olhes.

Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

(Pablo Neruda)

segunda-feira

Anotar sonhos

Sabe que eu fiz esse blog num surto do ano passado, quando eu achava que escrevia bem. O tempo foi passando, eu não sei se escrevo bem ou não (e isso nem interessa muito), mas a vontade de não parar de escrever a anotar picados meus sonhos, meus planos, meus objetivos, meus medos, me escrever.
Às vezes eu olho para tudo aqui escrito e até me considero meio escritora, egoísta, mas meio escritora. Egoísta porque, leia este blog até o final, tudo aqui escrito acontece, acredite, na minha vida rotineira, fugindo de todas essas ratoeiras no caminho.
Acho que o fato de vir aqui e anotar esse bocado de coisas é um bom teste, uma preparação que anda sendo feita por mim mesma. Eu tenho muita vontade de ser escritora, quem sabe um dia, né?
-Você é uma covarde Maria, pare de abraçar gente estranha no escuro. Acorda, a vida é agora! Você está entregando todos os pontos e sendo infeliz, é isso mesmo que você quer? Você é uma mulher ou um saco de batatas?
- O pior de tudo é que, infelizmente, eu não sei quem sou.
"Se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?

Tem espaço de sobra no meu coração.
Eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão. "

Só queria um espaço num doce coração, mas infelizmente, nem tudo é como se quer.

We get on

Simplesmente saber que você existe não é o suficiente pra mim
Mas pedir seu telefone
Parece muito inadequado

Já que eu não consigo
Você não me fala 'Oi'
Quando você passa

E aquela vez que você me cumprimentou foi tão legal
Eu juro que nunca me senti assim por nenhum outro cara
E eu não costumo reparar nos olhos das pessoas, mas...

Eu só penso que nós poderíamos nos dar bem
Eu gostaria de te dizer isso cara a cara
Ao invés de cantar essa música estúpida
Mas sim, eu só acho que nós poderíamos nos dar bem

Bailarina e o Astronauta

Eu sou uma bailarina e cheguei aqui sozinha
não pergunte como eu vim
porque já não sei de mim
do meu circo eu fui embora
eu sei que minha família chora
não podia desistir
se um dia como um sonho
ele apareceu pra mim

tão brilhante como um lindo avião
chamuscando fogo e cinza pelo chão.

De repente como um susto
num arbusto logo em frente aconteceu uma explosão
afastando a minha gente
mas eu não quis ir embora
eu não podia ir embora
como se nascesse ali
um amor absoluto pelo homem que eu vi


Poderia lhe entregar meu coração
alma, vida e até minha atenção?

Mas vieram as sirenes
e homens falando estranho
carregaram meu presente
como se ele fosse um santo
dirigiam um carro branco
e num segundo foram embora
desse dia até agora
não sei como, não pergunte, procuro por todo canto


Astronauta diz pra mim, cadê você
Bailarina não consegue mais viver
' diz:
mas voce é jovem ainda, quando um cara enxergar todas as coisas boas que voce tem , ele vai ser alguem diferente dos outros
' diz:
talvez voce mesmo mude, e acabe gostando de outros tipos de pessoas

(Desde que me apaixonei, meu disco riscou, e eu não falo de mais nada além de paixões e perdas, estou tão repetitiva que nem eu mesma me aguento mais).

Disco riscado

Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.

A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.

O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.

O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

-Meu disco chegou até aí, riscou, parou.
Porque as coisas não são sendo ou passam a ser não sendo a partir de qualquer momento em que os olhos não se encontram mais, param de piscar, nas noites em claro.
Não adianta pensar que o amor é uma grande árvore que dá frutos o ano todo. É uma árvore sujeita a cupins, podendo despencar e matar gente inocente, pedestres.
Sou pedestre, como os Beatles naquela tão famosa foto. Minha foto não é famosa, tampouco o caso. Era só uma pedestre, cuspindo o coração para fora com bolhas de sabão, soprando os pedaços p'ra longe, chorando feito um bebê, por motivos não óbvios, não querendo o querer.
Atravessei a rua, estou do outro lado do muro, do mundo e de mim. Estou em casa, sentada no chão desta sala tão branco quanto planejei, liguei e tevê e me desliguei.

Abram alas aos velhos guardados

Chegar ao fim de uma jornada, atrás dessa vida emprestada e, assim, passageira. Hoje, sentada neste quarto vazio, desta casa habitada somente por mim, só consigo pensar no que será daqui pra frente. Eu tenho mais de 40 anos, meus sonhos e objetivos se foram com os anos. Tenho lembranças. LEMBRANÇA, palavra deliciosa e triste, deliciosamente triste.
No vai e vem desses dias que já passaram, tanta coisa aconteceu que eu nem posso contar, o céu refletia as cores que eu queria ver, viajei em sonhos, amei. Amar, eu muito amei, da forma mais exagerada possível e errei. Pequei nos exageros, estremos, me equivoquei, perdi. Hoje sou eu, eu e minhas lembranças, nada mais.
Não restou nada, não tenho alvo, objetivos. Passo dias esperando o telefone tocar, ou mesmo a campainha, que seja. Isso não aconteceu. Estou sozinha, e amanhã? Amanhã é outro dia.

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domingo

All you NEED is LOVE

"O amor é fundamental. O amor é o principio, é o êxtase, é a eliminação do ego, é quando você enxerga o outro não como um jogador. É quando você começa a olhar junto pras mesmas coisas, com a mesma delicadeza, e as coisas ficam tão melhores com o amor. O amor é fundamental. O amor é a primeira coisa. É o começo do resto."
"Se apaixonar. E resolveu relaxar. Ninguém tinha nada a ver com o que ela estava sentindo. Ninguém faria nada por ela que fizesse dela uma pessoa eternamente grata, a ponto de poder arrancar os olhos e não ver mais nada. Ou cuspir o coração para fora."
(Fernanda Young)


"mas voce é uma menina especial, lembre-se dessa vantagem (:"

Mas, os fatos estão contra você.

Anti-herói

Venho por meio deste expressar minha imensa rebeldia e sentimento "esquerdista" quando o assunto é super-herói. E principalmente quando se trata de super-herói infantil.
Tá certo, quando eu era menor (porque meu pai vive dizendo que eu ainda sou criança tsc tsc), eu adorava assistir desenhos que um alguém-zinho sempre salvava o dia, o mundo, as pessoas e todos viviam felizes para sempre. E, pra piorar a situação, eles voavam. Passei anos da minha vida acreditando que eles existiam mesmo e que, quando a coisa ficasse preta, lá viria o super-homem, todo gato, melhorar p'ro meu lado. Quem dera ele viesse.
O que interessa é que ele não veio, nem ele, nem o Batman, nem mesmo a Mulher-Maravilha (que já foi meu alter-ego), nenhum deles apareceu e então, bang, eu cresci (embora meu pai não acredite), e quer saber, o fato deles não aparecerem não me fez menos forte ou sem esperanças, o fato deles não existirem só comprovou a tese de que eu podia ser forte e aguentar perdas e danos e que, para via de regra, eu não precisava me apoiar em super-herói de quadrinhos nenhum para vencer as barras.
E hoje, para mim o Bob Sponja fosse o único super-herói da tevê, que usa calça quadrada, mora no fundo do mar (e conversa lá, e faz tudo que uma pessoa faria na Terra, mas no mar, entende?), tem a voz engraçada, não voa nem é tão "anormal" e ainda por cima, eu tenho certeza, é apaixonada por uma roedora com roupa de astronauta.

Não vamos supor, vamos falar a realidade no futuro

"Porque ver é permitido, mas sentir já é perigoso."
O que é perigoso? Viver é perigoso.

Coisas que a gente se esquece de dizer.

E, de mais a mais, eu sei que estou te perdendo. O saber me mata. Perder-te para outra pessoa, perder-te para mim mesma. A batalha está praticamente perdida e eu, ainda que sem querer, entreguei os pontos. Não dei os postos, o ferimento abriu, não estacou, você não vai soprar para parar de doer, você nunca esteve nem nunca vai estar.
Fantasiar, devanear, fiz o que pude em minha cabeça pra te fazer existir, de uma forma ou de outra. O mais belo príncipe em seu mais belo cavalo branco, com a coroa mais brilhante já vista, com o sorriso que brilhava tanto quanto a coroa, com a alma que reluzia mais que tudo já visto.
Já cansaram de me dizer que o amor cansa as vistas e deixa tudo confuso, inclusive a pessoa que sente o amor. Tudo era confuso, você, eu, cavalos, coroas, já nem sabia o que era real e o que era imaginação. Olhares, eu sonhava? Sonhar sem nem precisar dormir, e quando dormia, os sonhos eram seus, só seus.
Estou acordando, o que fizeram conosco? Foi a minha falta de coragem de te dizer e esperar que você adivinhasse todos os sentimentos, todos os sonhos, os planos. Eu colecionei seus modos como colecionam borboletas. O amor era tanto que eu não me preocupei em te prender, só em te deixar num lugar bom, e você voou.


PS: Os pontos ainda não foram totalmente entregues, a batalha não está ganha e eu ainda estou em pé, dizem que as batalhas só acabam quando se derruba o adversário, meus caros, eu estou em pé, tonta, mas em pé. E que se danem os pontos a frente de mim que ela tem, pela primeira vez em toda essa vida eu confio uma dose no meu taco. 16:54
Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor.

Uou babe

'Não, meu bem. Não adianta bancar o distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo.'

O amor vai triturar meus sonhos, passar por cima de mim com um caminhão pesado de entulho, mas quer saber? Eu não estou nem aí! Pode quebrar inteira, hoje eu sou capaz de me reconstruir, capaz de ter coragem e ir te dizer: Uou babe, estou apaixonada, "daê".

sábado


maria diz:
AAAAAAAAAAAAAAAAAH
Bárbara diz:
coonta
maria diz:
TO APAIXONADA
maria diz:
AAAAAAAAAAAAAH
maria diz:
A GENTE FALOU DE ESCOLA, MUSICA, FUTEBOL, ESPORTES, PÁSCOA AAAAAAAAAAAAAAAAAA
Bárbara diz:
HUSAHSUA emooociono já
maria diz:
EU TO CHORANDO AQUI brincs ashdiushdiusad
Bárbara diz:
HUHASUHAUHUHSU
Bárbara diz:
HUHASUHAUHUHSU
Bárbara diz:
ELE É LEGAL?
maria diz:
É UM AMORZINHO
Bárbara diz:
HUSAHSUAHSUA ê amoooooooooooooooooooooooooor no elevadoooooooooooooooooooooooooooooooooooor

Haha, a minha leitora assídua merece um post. Olá Bárbara Adriano, você é meio fresca mas, querendo ou não, eu não me imagino mais sem você, sem a nossa amizade e sem tudo de bom que ela me traz. Obrigada por um ano de conversas tão "sem futuro" quanto essa, por tantas tardes de andar pelas ruas, por todos os desabafos, zelos, apreço e blá blá blá eu te amo, tu és minha irmã mais nova, minha filha e eu farei sempre o possível para te ver bem e feliz, tchê!
Um meteoro de paixão pra você, rs, doçura.

PS: essaê foi a primeira foto.
Faz frio lá fora, em pleno verão.


Considerações sobre o tempo: Agora são exatamente 14:58 de um sábado ensolarado. Minhas conversas não tomam o rumo que deviam.

sexta-feira

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=3874216
Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero Nós. Mais nós. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero aquele olhar que não cansa: nada é muito quando é demais.


(Caio Fernando Abreu)

Escapar por entre nossos dedos

Nós procuramos tanto uma boa oportunidade para falar que acabamos deixando, deixando, deixando, as coisas se passando, pronto. Não existe mais oportunidade.
Mas mulheres, me digam: Por que é que, raios, não podemos falar quando estamos interessadas? Pois é, minhas caras, esse bruta feminismo é terrível e acaba estragando uma série de oportunidades (digo por experiência própria). Não adianta bancar a distante nem a que faz pouco caso, em alguns momentos temos que tomar a iniciativa, talvez para defender nosso próprio instinto natural.
A verdade é que muitos garotos (o que anda fazendo meu coração pulsar ultimamente, por exemplo) não conseguem tomar atitudes por si só, talvez por timidez ou, quem sabe, por orgulho. Estou num tremendo "mato sem cachorro", numa dúvida cruel entre o dizer e o não dizer. To be or not to be, eis a questão.
O que eu mais temo é deixar passar as oportunidades sem me mover, deixar a minha vida acontecer sem mim (foi mais ou menos nisso que eu pensei quando dei o primeiro beijo) e quando for ver bem tudo já ter acabado.
Então, já vou avisando, estou vestindo minhas armaduras e estou indo para a batalha do amor com todas as armas carregadas e com, principalmente, otimismo .

Sexta - feira santa.

As pessoas julgam muito, fato. Dizem o que é pecado, o que deixa de ser, e principalmente o que Deus não gosta. De uns tempos pra cá eu venho adotando uma nova versão para os fatos. Eu já passei pela fase de coroinha da igreja, pela fase de "não sei em que acreditar", e agora estou nesta fase de acreditar no meu Deus e acreditar que sem Ele, poucas coisas fazem sentido, respirar, por exemplo. Sou católica sim, batizada sim e praticante às vezes, mas se eu for pensar bem, para mim, a imagem que eles passam de Deus se distorce.
Como se Deus me castigasse por não ir na igreja aos domingos, o por falar um bocado de palavrões. Eu sei, ele não vai gostar que eu seja uma rebelde desligada de tudo. Atualmente o Deus que eu acredito é o meu Deus, não aquele que as igrejas dizem e desdizem o tempo todo. Acho que cada pessoa tem seu Deus, independente de religião. Na verdade, é um mesmo Deus para todas as pessoas, mas muda conforme muda a situação, compreende?
O caso que hoje eu pensei duas vezes antes de ligar minhas músicas, porque as pessoas insistem em dizer que no dia em Jesus morreu você tem que estar triste. Eu não, não estou nem um pouco triste, afinal, Ele ressuscitou também não? Então, ficar triste por quê? Então, liguei o rádio numa música bem boa e vim aqui escrever um pouco esses pensamentos confusos, e agora eu, como uma pessoa muito ocupada, estou indo até a padaria.
Boa sexta-feira santa para todos, sem punições, um excelente sábado e, é claro, um maravilhoso domingo de páscoa.
"Me envergonha um pouco escrever tantas frases pobres
Vai que alguém me descobre por aqui"
Desisto. Vou ser "mais decidida e menos amorosa", desisto desta história de coração na frente da razão, desisto. Tudo isso é pura fantasia de criar na cabeça e eu posso muito bem viver sem. Eu estou cansada de parar enquanto todo mundo anda, as pessoas cansam, é mais que natural. Vou andando e vou deixando outra pessoa para trás, por que não é assim que se deve fazer? "Estou cansada de construir e demolir fantasias". Infelizmente eu não nasci para o amor.

Post melancólico, eu sei, eu sei. Mas ninguém lê isso mesmo.

Meu querido amor

Nunca escrevi diretamente para você. Sempre havia uma destinatária em seu lugar. Eu abreviava o caminho, não sei se recebeu alguma notícia minha desde a adolescência ou se as cartas nunca passaram pela poça de seu sopro. Hoje coloquei meu blusão verde bordado 38. O prazer da gola coçando a barba me animou – sou movido ao tato. É dia de inverno, próprio para sentar com uma cadeira dobrável no pátio e expor o rosto à enxaqueca do sol. Não me importa que seja obrigado a tomar uma aspirina depois. Dependo de sua claridade inconsolável.

Desculpa, Amor, você não tem nada a ver com o nosso destino. Nós terminamos antes que você termine. É assim. Desistimos enquanto você prossegue. E apenas você, Amor, que irá até o fim, onde deveríamos acompanhá-lo, você vai até a nossa velhice: as mãos concedidas debaixo dos lençóis. Nós ficaremos na meia-idade, os braços pedindo um táxi. Nós o negaremos secretamente, apesar das pontadas violentas e da saudade dolorida. Negaremos inclusive que o conhecemos, que você é nosso encontro. Seus traços serão coincidências, nunca a soma óbvia dos nossos perfis e lápis de cera.

Nossas dúvidas escondem você. Porque é necessário confiar naquilo que ainda não sabemos. E queremos saber tudo antes mesmo de ter vivido. Nosso nervosismo não tem tranqüilidade para aceitá-lo.

Você tem paciência; nós, tempo. Sei que você não se fez sozinho, não posso escrever em seu lugar, você não é o que confio, é o que confio mais o que confia quem eu amo. E quem eu amo não poderá falar por você igualmente. O amor está entre duas conversas, duas ânsias, dois passados. Não é o desejo da direita, nem o da esquerda. É o que está entre os dois. Flutuando.

O amor é se despertencer. É sentir para passar adiante, não é sentir para ficar com aquilo. É não suportar sentir mais sozinho. Eu me desacostumei com a minha solidão.

Pela pressa de ter o amor só nosso, só nosso, somos capazes de destruí-lo com palavras. Não temos nada para odiar naquela pessoa. Estávamos agradecidos pelo espanto provocado pela sua chegada. Irreconhecíveis pela felicidade que nos fazia imaginar em dobro. Na noite anterior, éramos a vontade desesperada de entender. No dia seguinte, nenhuma vontade de compreensão. Não há persistência, há precipitação.

Mentir para uma pessoa não é tão grave quanto mentir para você, Amor. Mas os casais mentem que você foi um engano, um engodo, uma mentira. Chegam a dizer que você não existiu. Você fica perdido entre as defesas e ataques de ateus, céticos, agnósticos, crentes.

Somos fracos e desabafamos o que não acreditamos. Despejamos tanta violência sobre aquele que amamos para provocar. Para desencadear uma reação. Somos cruéis em nome de amor, para não sujar o nosso nome.

Somos imundos, desolados, irascíveis. Por não agüentar alguma coisa não resolvida em nossa vida. Algo aberto, inacabado. Uma fresta nas venezianas e não mais dormimos. Desconfio que nossa curiosidade está toda no ódio. Não toleramos ter que esperar. Se ele ou ela não vem agora é que não me deseja mesmo. Concluímos logo. Feitos perfeitamente para a fúria, incomodados com a brisa.

Procuramos decidir de vez se aquilo presta ou se não presta, se vale ou se não vale. Ansiamos por um veredicto, uma salvação, uma paz. Penso que desejamos a separação para não sofrer mais. Produzimos a separação, é a resposta mais rápida. A resposta mais rápida é vista como a certa. Um alívio para seguir com o trabalho, e mostrar clareza aos amigos.

E os amigos bem-intencionados não vão nos ajudar. O que disserem a respeito do que aconteceu não será suficiente, o amor é um dialeto restrito aos dois que se amam.

Não reparamos no principal, Amor. Não reparamos que quando amamos o tempo não faz a mínima diferença. Amar será sempre recente: será ontem. Anos juntos e a sensação é que foi ontem. Anos separados e a sensação é que foi ontem. Ontem, ontem. Não há anteontem no amor. As lembranças mais longínquas já são corpo.

É uma pena, Amor, que somos mais decididos do que amorosos. Amar é não decidir. Decidir é terminar sempre.

Fabrício Carpinejar

Carpinejar, por um triz, não me levou a beira das lágrimas.
"O meu amor partiu
Cansou dos meus vícios
E mesmo que amanhã ele volte com outro feitiço
Hoje meu amor partiu e nada vai
Nada vai mudar isso"

Sabe-se lá o porquê, meus amores sempre partem, cansam dos meus vícios...
Eu preciso de um botão de pause, um outro para voltar e mais um outro para play. Preciso de um controle. A verdade é que todas essas nossas discussões me matam pouco a pouco por dentro, você não sabe um terço do quanto eu sofro com tudo isso, ainda que não o sofrimento não seja aparente. E que cada dia, mais e mais, são essas discussões que arrancam lágrimas. Sabe pai, na vida a gente erra mesmo, desliga-se de algumas coisas e eu sou mesmo desligada por natureza, mas te juro, tento fazer o melhor de mim para ser orgulho para você. O problema, ou a solução, é que somos insuportavelmente parecidos, e eu te amo, bem mais que a mim mesma, bem mais que qualquer clichê tentaria explicar...