quarta-feira

Borboletinhas na barriga

Depois de todo um talvez, digo: Por você hoje, coração palpita num ritmo louco de carnaval fora de época, borboletas brigam na barriga. Você continua a matar passo a passo de todas as certezas que existiam nesta vida barata que nem sei. Estou indiferente, aliás, quisera eu estar.
Escrevo cada vez mais frases soltas e perdidas para um destinatário real ou imaginário, mas isso pouco interessa. Continuo a sentir seu perfume embriagador de anos atrás, continuo a ouvir cada palavra sua como se me fossem soletradas lentamente, para me deixar cada vez mais insana e cegamente apaixonada.
Em cada conversa, com sentidos ou não, em cada palavra dita de longe, no par de olhos que eu não posso ver, com um sorriso tão lindo quanto imagino numa história de príncipes e princesas. As palavras que me fazem levantar e caçar um ideal qualquer para me agarrar, um ideal qualquer que seja capaz de motivar e levar adiante. Cada jura que será cumprida, que nunca chegará a virar realidade, cada pedaço de um coração embralhado e um curinga num baralho desses.
E a tristeza tem fugido lentamente do meu olhar, depois de tantos enganos, este talvez será mais um ou quem sabe não, embora tudo isso seja um sonho de uma noite dessas em que durmi e insistiram em me acordar. Quero todo esse sentimento denovo e denovo e denovo até não caber de imaginar.
Estou indo atrás de toda felicidade que fantasio, que não paro de fantasiar. Sonhando com um amor descrito em linhas tão tortas como as acima, sonhando com qualquer bobagem que me leve onde eu quero chegar. Embora, na vida real, essas de carne, osso e alma, tudo isso não passe de uma invenção.

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