terça-feira

Hoje eu decidi fazer uma rua só pra você

Hoje eu decidi fazer uma rua só pra você
Deve ser um monte de coisas que sonhei
Pra ver se te distrai
E repara em quem te vê
(...)
Você falou de um medo ...
E talvez eu sinta também
Mas não vou fazer disso motivo pra nada

Você falou de um medo ...
E talvez eu sinta também
Mas não vou fazer disso motivo pra nada

Quanto tempo ja passou
Se era dor, se deixou marca
Uma história por favor
Pois nada disso aconteceu
(...)
Você falou em planos
Talvez eu queira também
Quando acordar volte pra casa
(...)
Devia Ser-Scambo

Gosto muito dessa música, muito mesmo. E diz muito sobre o momento, entende?

A hora da estrela


Acho que Gabriella Perez de Souza tem o dom de me tirar as palavras, ou quem sabe, me tirar a necessidade das palavras, a necessidade de falar sem parar. Eu gosto de escutar as palavras de Gabriella, gosto de escutar quando ela fala dos amores ou das rebeldias, gosto de ficar assim, só escutando. Há alguns anos, uns dois, creio eu, ela apareceu em minha vida. É certo que não tão sorridente como na foto, mas de uma conversa a outra nossa amizade saltou para um patamar tão elevado que hoje eu digo, com toda a certeza do mundo: Eu não sei o que seria sem ela, não saberia o que fazer sem ela, é como um norte, me entende?
Eu não quero vê-la sofrer nunca, e quando ela estiver triste, procurarei um pó mágico da felicidade nos quatro cantos do mundo para despejar com cuidado nos cabelos cacheados dela. Gabriella é uma amiga para mim, uma amiga com todo o significado mais verdadeiro que essa expressão possa carregar.
Obrigada por tudo, pelas vezes que você me defendeu, pelas vezes que você sumiu, pelas vezes que você apareceu. Obrigada por aparecer nos momentos que eu mais precisei. Sabe Gah, eu estou sempre aqui, sem esse clichê... Estou aqui ainda que só pra te escutar, pra ficar bem quietinha. Obrigada por atribuir à mim uma importância em sua vida, obrigada por ser importante na minha. Obrigada por ter esse coração gigantesco e por guardar nele um lugar pra mim!



Ah, e pela milésima vez escuto: A hora da estrela. Os olhos enchem de lágrimas. Dia desses escrevo sobre o efeito que essa música provocou em minha vida.

domingo




O presente é a grande folha onde escrevemos.

José Luís Peixoto

Até me encontrarem

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

(Pablo Neruda)


GRIPE, GRIPE, GRIPE, GRIPE, DOR NO CORPO, DOR DE CABEÇA, FEBRE, DOR DE GARGANTA, GRIPE, GRIPE, GRIPE, GRIPE... mas ainda penso em você!

sexta-feira

até na matemática a técnica de tentativas dá certo

quarta-feira

ao infinito, e além

"infinito: maior que a maior de todas as coisas e um pouco mais que isso. muito maior que isso, na verdade, realmente fantasticamente imenso, de um tamanho totalmente estonteante, tipo "puxa, isso é realmente grande!". o infinito é tão totalmente grande que, em comparação a ele, a grandeza em si parece ínfima. gigantesco multiplicado por colossal multiplicado por estonteantemente enorme é o tipo de conceito que estamos tentando passar aqui."

Além.

Pois bem, tirei o dia para pensar hoje. Pensar no que eu quero, nas coisas que fiz, do que me arrependo, do que me trouxe dor e do que me trouxe luz. Natual, há dias que pensamos coisas deste gênero mesmo, mas hoje... hoje foi diferente.
Estranho como me parece tudo entalado na garganta, eu queria poder escrever tudo aqui, jogar as palavras para aliviar, não consigo, é tudo em vão. Todas as tentativas de esvaziar a alma foram em vão, desde o primeiro diário, aos nove anos. Eu ainda acredito que este primeiro diário estragou tudo e me fez escrever os outros, e não parar, e não conseguir parar. Hoje eu tenho sérias dificuldades de desabafar, dificilmente me sinto entendida, mas isso acontece, né?
Num desses pensamentos que me ocorreram, quando lia alguns fragmentos, veio-me um de Caio Fernando Abreu, como sempre me retirando as palavras da boca e me deixando de queixo caído... o fragmento dizia algo sobre pratos de doces e pessoas, e me fez sentir um prato de doce, que as pessoas adoram por um tempo, mas logo se enjoam, arde a garganta... eu sou assim, um grande prato de doce, sem dramas, sério, até porque isso não me afeta o quanto parece afetar, não afenta nem um terço.
Às vezes eu sinto uma necessidade maluca de solidão, o problema é que eu odeio estar sozinha, odeio ficar sozinha. Mas a solidão só é boa quando desejada... eu vivo me sentindo sozinha, ainda nos momentos em que não queria estar. É até injusto dizer assim, sendo que tenho tantos bons e leais amigos, aliás, não há como explicar, ficaria em piegas, então, pulem esta parte...
Pulem esta parte também, se quiserem... se acaso sintam necessidade, fechem o livro.
Eu não sei do que tenho necessidade, não sei do não gosto, não sei do que gosto. Pareço me conhecer tão bem mas, por vezes, me surpreendo com algo em mim que não conhecia. Não sei se gosto de me surpreender. Acho que não gosto, assim como não gosto de coisas "meio termo". Não gosto de meio sorriso, não gosto de meio abraço, meio azul meio verde, copo cheio até o meio, histórias que terminam ao meio. Não gosto de azul piscina por não ser nem azul nem verde. Tolero o cinza por algum motivo qe não conheço, mas me encomoda por não ser nem branco nem preto. Aliás, adoro branco. Mas voltando aos "meio termo", não gosto de meio sentimento, meio amor meio amizade, não sei porque, mas falta essência nessas coisas, entende? Parece um misto, uma salada sem tempero mas que parece bonitinho... não gosto. Mas gosto de quem canta doce, fala doce, ama doce... eu gosto de doce, deve ser por isso que sou um prato de doce... mas disso eu ja falei.
Hoje eu sinto uma vontade louca de sair andando, andando e andando... até parar em algum lugar, qualquer lugar... mentira, não gosto também de nada que seja qualquer, te que ser definido, definitivo. Eu queria o lugar que sonho desde que era criança, um lugar alto, com um balanço, muito verde e um solzinho fraco. Não, mas este lugar não existe e não consigo pensar em nenhum lugar mais concreto, em nada mais real. Eu amo o irreal, amo. Sempre me surpreendo quando descubro o real irreal ou sei lá, eu transformo irrealidades em realidades e quebro a cara, e choro. Essa é a hora em que as máscaras caem. Ah, tem uma coisa que eu conheço em mim... eu fantasio as pessoas, acho que elas são o que elas não são, isso para bom ou ruim.. para mim é ruim, como o filho da mãe do príncipe encantado, ele não existe, e eu adoro fantasiar e vestir os meninos de principes, depois.. ual, que maravilha, as máscaras caem.
Ah, me disseram um dia desses que eu tou pagando por tudo que fiz. Fiz alguns meninos sofrerem... era tão criança, eu. Agora me fazem sofrer, assim, sem hesitar. Eu tenho o péssimo hábito de não conseguir amar assim, de cara, quem gosta muito de mim... estranho não? Pois eu acho por demais estranho. E o pior de tudo é que sempre faço sofrer quem gosta de mim, arrumo alguma ferida para abrir e colocar sal. Pareço malvada? Pois isso é o que menos sou. O tal do sofrimento que provoco não é opcional, acontece, vem de mim. Eu queria ser até um pouco mais malvada do que sou, para as pessoas pararem de pisar, sapatear e afins em mim... eu queria ser um bocado de coisas que não sou. Queria ser forte, cantar bem, queria escrever bem também, queria conseguir dizer as palavras certas na hora certa, queria comer menos, queria correr mais. Queria comprar um relógio com um tempo só meu, parar, consertar, fazer isso quantas vezes sentisse vontade. Queria ganhar uma flor também, porque adoro flores, e a única pessoa que me deu algumas delas eu fiz a questão de fazer sofrer. Qual é a minha?
Concluí, nesses pensamentos bobos, confusos e desalinhados, que erro e, quando quero, acerto também. Concluí que um dia alguém vai me aceitar assim, meio pelas metades, meio temperamental, cheia de insônias e dores nas costas.Concluí também que não adianta procurar este alguém, ele vem até mim, quando estivermos preparados. Concluí que eu dou passos falsos mesmo, que eu ameaço cair, mas não caio porque odeio e tenho muito medo de escorregar. Concluí que, ainda que o meu quebra-cabeças falte muitas peças... pode ser que nunca fique completo, pode ser ora essa... mas eu sou humana, e humanos são insanos assim mesmo, cometem o que não querem cometer, vivem muitas vezes o que não querem viver, precisam de um bocado de coisas, precisam de abraço, precisam de carinho, precisam de atenção, de afago nos cabelos, de beijos nas bochechas, de elogios, de críticas, de aplausos, de amigos, de amores, de flores, de luares, de noitadas, de bebedeiras, de ressacas, de crises, de choros, de ombros para chorar. Eu descobri que não gosto de eterno também, porque soa falso. Não precisa dizer que algo será eterno, ele será se tiver de ser. Nem nós somos eternos, e olha que somos um bocado de coisas... somos humanos. Ser humano pode ser o pior defeito do ser. Não ser então... não há como não ser, nem como evitar. Só há como transformar tudo que é defeito em qualidade, ah, dane-se isso.
O bicho humano precisa de outro bicho humano para ser feliz, o bicho humano é incompleto, como eu sou. Eu pertenço à tribo dos humanos, seja isso bom ou ruim. Eu sou de carne, osso, e coração. Eu sou de alma, eu tenho alma, tenho as peças do jogo, as regras do jogo, mas erro, perco as pessoas, retorno ao zero. Faço isso um bocado de vezes, nunca aprendo, talvez nunca irei aprender. Eu sou feito você, sou bicho humano fora do zoológico, sou peixe fora d'agua.

domingo

Estou cuidando bem de mim

Tô relendo minha lida,
minha alma,
meus amores

Tô revendo minha vida,
minha luta,
meus valores

Refazendo minhas forças,
minhas fontes,
meus favores

Tô regando minhas folhas,
minhas faces,
minhas flores

Tô limpando minha casa,
minha cama,
meu quartinho

Tô soprando minha brasa,
minha brisa,
meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas,
meu veneno,
meu vinho

Escrevendo minhas cartas,
meu começo,
meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim!


De quem é? Não sei. Mas é perfeito e me encaixo como uma luva nele, etc

Se acertamos ou erramos, não tem volta

"Você sabe que não sou mulher de arrependimentos, de olhar pra trás, essas coisas. A gente tem que mirar no alvo e atirar, pronto, foi. A flecha não volta. Se acertamos ou erramos, não tem volta. Foi assim que levei a vida sempre..."


Caio F. Abreu

quarta-feira

Ponto final é tanta continuação que vira três pontos finais.

Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou.

Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.


Ela, (eu, digo) de fato, não precisa mais de você, ela não precisa nem nunca precisou. Ela é (embora custe a acreditar) feliz sozinha ou acompanhada. Mas agora ela descobriu que se recusa a ser infeliz. Ela só pisará em nuvens quando achar necessário, as circunstâncias a fizeram assim. Mas, pensando bem, ela está certa não está?

segunda-feira

Vai correndo procurar
Tudo aquilo que almejou
Já sabendo que ao voltar
O mundo será outro
E se um dia ele mudar
Quando tudo tiver fim

Móveis Coloniais de Acaju.

Don't go away

Eu já nem sei como colocar os pés no chão, ainda que seja necessário. Depois que você apareceu, pisei em nuvens, flutuei e ainda flutuo. Tento te imaginar agora, porque você, como todos os outros, importantes ou não, merecem um texto meu, nem que seja um fragmento. Tentando te imaginar, juro, conseguiria escrever um livro grande, escrito à lápis com letras desenhadas, para parecer mais bonito quando você lesse. Mas por si só, o livro seria lindo.
Te descobri, eu nem sei como nem porque, mas você trouxe tudo aquilo que procurava e faz mistério de tudo isso. Me faz reconhecer as cores azuis que tem a vida, e me fez conhecer que o tom verde que carrega nos teus olhos é o repouso para os meus. Dizem que as coisas vêm no momento certo, eu esperei por você durante todos esses dias, fazem quase quinze anos que espero por você. Gostaria, e como gostaria, que todos os dias que seguissem fossem como o da primeira vez em que nos vimos, só que sem virar rotina.
Pode ser que a gente não fique junto para sempre, pode ser que acabe amanhã, tenho medo de um fim, tenho medo que você entre para a minha caixinha de decepções, tenho medo de que você seja como os outros, tenho medo que você me deixe e principalmente, tenho medo de que meu carinho por você não seja reciproco e acabe por uma bobagem qualquer. Mas hoje, somente hoje, eu não me permito sentir medo.
Por mais que pareça cedo, não se há prazo para gostar de ninguém, e eu já gosto de você um tanto irreversível, e eu já te quero por perto por um tempo indeterminado. Quero a paz dos teus olhos e alegria do teu sorriso sempre comigo. Quero a aceleração que o meu coração tem quando você aparece lá na segunda porta do corredor, saindo daquela sala com aquele seu boné que eu particularmente amo. Quero o ciuminho de te ver conversando com aquela menina que eu não gosto. Quero o teu abraço, tuas palavras, tua voz.
Não seja apenas mais uma paixão que durou um tempo tão curto que só mereceu um textinho qualquer, não rendeu sequer um amor.
Não se perca de mim, um abraço, dos bem fortes.

PS: Entre um suspiro e outro, eu olho a nossa foto e gosto cada vez mais de você.