domingo

Amor de bolso

Cada vez que me bate este sentimento de voltar atrás de algumas milhões de coisas eu me sinto convarde. Como quem tivesse medo de andar para frente ou para trás, alguém parado por medo de passos falsos. Eu sempre tive medo de escorregar.
Hoje aconteceu que uma loucura de saudade me tomou o peito e fez com que eu pensasse que rumos estranhos estes que os barcos tomam. Nossos barcos, eu digo. Não, não me deu vontade de voltar, voltar e viver todo o tempo desperdiçado, voltar e ter um abrigo quentinho, um calor, um amor, se, por um acaso, viesse a me sentir assim, seria por carência, uma carência nostalgica.
O mais estranho é que eu sei que este afastamento rotineiro dos barcos já aconteceu, e sempre será assim. Ponto negativo, enquanto eu, positivo, distância mil, continuo a atrair pouco a pouco a sua atenção, a volta do seu amor.
O que dói é ver a juventude aflorando em você e trazendo consequências não tão boas aos que olham de fora do círculo vital, como eu, por exemplo. Desejo a ti sorte, felicidade, e um vento bom ao teu barco. Termine tua garrafa de vinho, estou remando o mais rápido que posso.

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