quarta-feira

Que nenhum adeus vai apagar.

Odeio chorar por saudade, odeio sentir saudades, sinto como se estivessem me arrancando uma parte vital. Saudade daquelas tardes fazendo pão de queijo ou das noites fazendo miojos, saudade das paixões complicadas, dos amores, dos sorrisos arrancados no começo da manhã. Do Imaculada e suas regras, dos abraços apertados, do choros demorados e risos de doer a barriga. Do sorriso que a Thaisa me arrancava das maiores palhaçadas, das barbies. Das verdades e desafios, das broncas, do meu querer ser mãe. Saudade dos intervalos com a pessoa mais maravilhosa que já conheci, contando-me que o mundo é pequeno pra caramba. Dos sonhos antigos, das confusões, do último pôr-do-sol que vimos juntos, do pôr-do-sol mais lindo que já vimos e que eu ja pude ver sozinha, poxa, eu te amava tanto, talvez mais do que o amor que acumulo por mim. Das brigas intermenáveis com o irmão, ou na casa da vó. Da prima aqui, pertinho. Das flores que ganhei depois de um mês, das danças, dos ensaios, do forró que me tirava de qualquer tristeza, sempre às segundas, quartas e sextas, sempre às sete e meia. Das provas, das vontades de procurar qualquer pessoa pra me escutar chorar. Das voltas de patinete com o pai, do pai sem tantos trabalhos, da mãe sem tantas noites mal-dormidas. Do quarteto, da época sk8, da praça, das cartas de amor, do romance. Cada vez que insisto em ir, peço pra coisas voltarem, rezo pra, onde quer que estejam, perto ou longe, vocês estejam bem. Eu sinto falta dos momentos no Hotel fazenda, da viagem, da Ana Clara nascendo. Sinto falta de cada estrela que morreu desde que me esqueci de contá-las, sinto falta de cada momento em que, desatenta, não disse à vocês: EU AMO VOCÊS, COM TODA A FORÇA QUE CARREGA MEU SER, DIA APÓS DIA. Obrigada, mil, por todos aqueles que hoje me arrancam as lágrimas mais dolorosas, porém, mas doces de saudade.

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar"

Nenhum comentário: