domingo

Coisas que a gente se esquece de dizer.

E, de mais a mais, eu sei que estou te perdendo. O saber me mata. Perder-te para outra pessoa, perder-te para mim mesma. A batalha está praticamente perdida e eu, ainda que sem querer, entreguei os pontos. Não dei os postos, o ferimento abriu, não estacou, você não vai soprar para parar de doer, você nunca esteve nem nunca vai estar.
Fantasiar, devanear, fiz o que pude em minha cabeça pra te fazer existir, de uma forma ou de outra. O mais belo príncipe em seu mais belo cavalo branco, com a coroa mais brilhante já vista, com o sorriso que brilhava tanto quanto a coroa, com a alma que reluzia mais que tudo já visto.
Já cansaram de me dizer que o amor cansa as vistas e deixa tudo confuso, inclusive a pessoa que sente o amor. Tudo era confuso, você, eu, cavalos, coroas, já nem sabia o que era real e o que era imaginação. Olhares, eu sonhava? Sonhar sem nem precisar dormir, e quando dormia, os sonhos eram seus, só seus.
Estou acordando, o que fizeram conosco? Foi a minha falta de coragem de te dizer e esperar que você adivinhasse todos os sentimentos, todos os sonhos, os planos. Eu colecionei seus modos como colecionam borboletas. O amor era tanto que eu não me preocupei em te prender, só em te deixar num lugar bom, e você voou.


PS: Os pontos ainda não foram totalmente entregues, a batalha não está ganha e eu ainda estou em pé, dizem que as batalhas só acabam quando se derruba o adversário, meus caros, eu estou em pé, tonta, mas em pé. E que se danem os pontos a frente de mim que ela tem, pela primeira vez em toda essa vida eu confio uma dose no meu taco. 16:54

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