sábado

O tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações

05:39 a.m.
Querido,
Hoje minha cabeça não conseguiu acompanhar a rapidez dos rumos da conversa, desculpe. Eu sempre tento entender o que é que acontece conosco. Desculpe, saí da festa com uma vontade louca de te dizer um bocado de coisas e, como fazíamos antes, resolvi escrever, é a nossa melhor forma, não é? Eu vou indo, seguindo.. ano que vem não estarei mais aqui e chega a ser triste de pensar, mas eu não quero falar disso. Eu quero mesmo dizer do quanto você deve parar de ler as entrelinhas. Sabe, tem um abismo, mas o oceano ainda existe e eu ainda navego neste barco furado... não, não sinta pena, eu quis assim, não é?! Por que, por Deus, nossos barcos resolveram se perder assim? Eu acredito no tempo e só. Parei de acreditar em mim, em você, em nós. Só acredito no tempo e na capacidade que ele tem de mudar todas as coisas num sopro de vento. Eu não queria que você me esperasse, eu não queria parar teu tempo enquanto eu fingia seguir, muito pelo contrário, eu queria que o seu tempo seguisse e que no nosso tempo a gente voltasse a se encontrar. Eu te dou um beijo na testa porque quero quebrar todo esse clima ruim que as poucos se tornou, e te abraço para calar as palavras erradas, para me calar, para te tirar a voz. E o destino, quem pode com ele? E daqui três anos, quando eu voltar, ainda vamos nos conhecer? Eu acho que sim, sempre que sim, só acho que as coisas aconteceram em horário nobre e a gente perdeu os fios da meada. Tudo isso está se tornando confuso demais, de novo. Eu simplesmente não aguento mais essa confusão. Queremos ser 'épicos heróis românticos' mas somos como os outros, somos absolutamente c-o-m-u-n-s, mas algo nos torna um pouco diferentes dos outros... você pode me dizer o que é? Eu acho que é essa nossa maneira de ver o mundo, ou esse ímã que atrai sempre os velhos pinguins... estamos sempre voltando, sempre regressando, e você ainda me pede para não falar de passado. Tudo o que somos hoje é o passado. Aprendemos demais com nossos erros. Você é a minha saudade do passado. É um pecado ainda não sermos os mesmos. Eu não entendo onde quero chegar, mas é estranho ver tanto amor escapando por entre os dedos. Não sei o que fazer, nem por que caminho seguir. Talvez o da direita, o da esquerda? Melhor ficar parada? O que a gente tem a fazer? Acho que seria melhor conversar, o que acha? Durante essa semana, para mim, está ótimo.
Da confusa,
Maria.

"o tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações"
PS: Não sei se você deve tirar alguma conclusão desse texto. Não sei de mais nada.

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