quinta-feira

Ainda era moço pra sair no terraço e dançou

Eu queria correr, correr. Deixando sentimentos para trás, acendendo todas as luzes no caminho, correr. Meio Forrest Gump isto, eu sei. Uma vontade maluca de deixar tudo para trás e ir em direção só daquilo que quero, não deixar que pensem por mim. Entretanto me vejo barrada sempre, barrada pela impossibilidade de passar por cima das coisas. Sempre que estou muito a frente, muito além, paro e não tenho a certeza de que estou onde de fato gostaria de estar. Olho para trás. Sempre, sempre repetindo o velho erro de olhar para trás. Pegar os velhos livros de fotografias e rir do quanto tudo aquilo era bom e deixou marcar tão profundas que parecem impossíveis de serem arrancadas. Cartas, memórias, tá cheio de pó, eu sei. Assopro. A poeira se mistura às lembranças. Os velhos discos sempre tocando, Chico me embala nos versos de A Banda, rodopio abraçando todas as lembranças, agarrando-as pelos pés, cantando coisas de amor.

Um comentário:

Mariana Paschoal disse...

Se tem uma coisa que eu gostaria de fazer era correr, seguindo sempre em frente e deixar as lembranças pra trás, mas sou muito presa a elas. Te entendo perfeitamente. "Sempre que estou muito a frente, muito além, paro e não tenho a certeza de que estou onde de fato gostaria de estar. Olho para trás."