segunda-feira

Por que a gente é assim?

Eu grito para mim que é necessário te esquecer, que eu preciso te deixar ir, cortar este cordão imaginário que nos une. Me olho no espelho para tentar ter a certeza de que tudo ainda está sob controle, não está. Eu nunca tive controle de nada, meu caro. E eu que sempre quis ter o controle da situação, vi tudo indo pelo ralo e não consegui impedir.
Eu quero segurar suas mãos com força e dizer para que você não se esqueça do que foi belo em nós, por favor, me diz, eu sei que aí dentro de você ainda há vestígios meus. Algumas pessoas vieram depois de você, não há como tirar o lugar que pintei e bordei para você. Eu brindei você, mas, na primeira oportunidade que você teve, pulou do navio sem hesitar. Para quê?
Você me fez mudar para depois se mudar de mim, é natural, talvez não haja no mundo nada mais natural. Eu me pergunto porque, sempre. Não há motivos, nem ocultos nem explícitos. Você não sabe de nada ao certo, e sabe, nem eu.
Larga da minha mão e do meu coração, se possível. Eu não torço mais para que isso passe, torci nos primeiros dias, chorei nos primeiros dias. Dói ainda, o que posso fazer senão continuar?

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