sexta-feira

O que não tem medida nem nunca terá

Renato e Gabi,
mas é como se eu existisse dum jeito mais completo.

A gente se lança no mundo sem saber quem é que vai encontrar, e quando é que vai encontrar, e como vai encontrar. Se é que vai encontrar alguém. É tudo incerto. Na verdade, era tudo incerto. Hoje a incerteza evaporou no calor dessa amizade. Hoje a incerteza perdeu seu prefixo. Sobram certezas sobre o quanto todo esse sólido que construímos se incorporou, feito tatuagem, aos nossos dias. As estradas que nos trouxeram até aqui não foram as mesmas. Nós - em três lugares distintos desse Brasil imenso - só fizemos por acreditar num mesmo sonho. Caçando, como se caça borboletas, formas de orgulhar seja lá quem for. Formas de nos orgulhar. Ou de não orgulhar ninguém. Formas de crescer, de mudar. Mudando de cidade, de casa, de vida. Sair de uma cidade tão pequena quanto a minha, confesso, não tornou mais fácil desembarcar aqui. Ter que recomeçar tudo que já estava na metade. Ter que reconhecer e definir o que eu queria pra mim. "Fico aqui? Não fico?" Todo o medo. A saudade de casa. É claro que isso continua muito vivo em mim. É claro que eu ainda choro de saudade. Mas eu tenho certeza de que eu não quero mais que as coisas voltem a ser como eram antes. Faz parte da vida esse andar para frente. Adiar os relógios é quase uma forma de prender a vida sempre num passado que - perdoe a redundância - já passou. Encontramo-nos, os três, na fase mais decisiva de nossas vidas. É justo que a gente tenha se encontrado exatamente nessa fase. É justo que as nossas estradas tenham resolvido se encontrar num tempo em que precisamos tanto dessa amizade que estamos construindo. Vale a pena estar perto de pessoas como vocês. Como vocês não, com vocês. Nem que seja para daqui uns dez anos nos surpreendermos num encontro casual num aeroporto qualquer de uma cidade qualquer. Nem que seja para daqui uns dez anos relembrar com carinho e chorar um pouquinho de saudade. Nem que seja para daqui uns dez anos pensarmos que poderíamos ter feito mais uns pelos outros. Nem que seja para daqui uns dez anos estarmos fazendo um churrascão com nossas possíveis famílias, nossas possíveis novas vidas, nossas possíveis mudanças. Vale a pena. Por vocês vale a pena acreditar. Mas eu espero, de verdade, que daqui uns dez anos estejamos como agora: adoçados por essa amizade diária.
Não deixem de olhar as estrelas. "Look how they shine for you" (Gabi, traduza para o Rê, por favor. Brincadeira).
Com amor,
Maria Carolina.

2 comentários:

Renato T disse...

o que dizer? obrigada? não. é pouco. não tenho como agradecer por tudo o que me faz. eu te amo demais.

Renato T disse...

Queria poder dizer mais que um simples obrigado, mais que um você e a gabi são minhas melhores amigas, queria poder dizer mais que te amo, mais acho que se dizer você sabe de tudo isso. Minha mãe odeia mais eu te amo. HSAUHS -n