sábado

Escanteio

Phelipe,
"No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio"
Tudo errado. Sempre tudo errado. Agindo errado sem querer. Metendo os pés pelas mãos. Chorando pelo leite derramado. Andando pelos caminhos tortos. Vontade de deitar e dormir. É o som do medo. O som da dor da insegurança. Impossível como não posso mesmo confiar em mim. Impossível como todas as atitudes são vistas de forma ruim. Impossível como eu posso querer tão bem pros outros e esse bem não ser revertido. Por que é que eu não posso amar? Amar um pouquinho só, sem medo. Amar de um modo que possam me amar também. São tantas impossibilidades cercando esse caminho, um nó. Estou amarrada, enforcada. A mercê da sorte. A mercê do medo. O vento está ventando mais frio, pode ver? Eu fiz tudo errado, mais uma vez. Mais uma vez eu deixei escorrer pelos dedos minha possibilidade de ser feliz. Mais uma vez, e não me canso, de ver tudo passar por minha precipitação. Esqueça. Faz parte não conseguir.
Agradeço por ouvir meu desabafo, mais uma vez. Agradeço por ser tão paciente. Não me deseje sorte. Ela nunca veio até mim. Os caminhos são tão tortuosos que num caminho maluco ela se perdeu. Nesse caso, desejar não adianta.
Te abraço, forte. Acho que até algumas lágrimas caem no tecido leve da tua blusa.
Joana.

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