sábado

Mais uma vez

Entre confissões cada vez mais nervosas, entre uma unha roída e outra, entre os dedos batendo forte nas teclas de um computador. Entre cada dia nem vivido quanto deveria, entre cada abraço demorado - pois que tinha gosto de partida - entre mãos vazias de outras mãos. Todo mundo, um dia, vai-se embora. Todo mundo, um dia, deixa a vida que tinha e vai-se embora buscar os sonhos que teve. Eu só sonho nas noites em que durmo cansada. O sonho é uma amostra, uma miragem daquilo que tanto queremos. Ou nem queremos. Eu nem sei o que o sonho significa de fato, eu imagino tanto e escrevo. Escrevo porque minha cabeça não dorme se tantos pensamentos, miragens, imagens e imaginações não forem para outro lugar. Escrever é castigar o papel, fazê-lo sentir as coisas que sinto, o papel é meu ponto de apoio. Batendo os dedos, agora, fortemente contra a madeira da mesa, caos. Estou partindo de novo, em busca de crescimento e dos sonhos que tive um dia. De ônibus, com a bagagem e o coração nas mãos. O coração sangrando, ferido - coitado - quer ficar. Tudo bem, eu me aguento. Ou pelo menos penso que aguento - a isso dão o nome de esperança. Ou pelo alguns acreditam que eu deveria aguentar. Deveria.


Saí de casa, levei comigo a alma e todo o resto. Sobrou uma placa na porta: Volto Logo.

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